O pai e a madrasta de Valentina, menina de nove anos encontrada morta num eucaliptal em Peniche, vão aguardar julgamento em prisão preventiva. As medidas de coação foram anunciadas esta quarta-feira.
À saída do tribunal de Leiria, de onde saíram algemados e insultados por populares, Sandro Bernardo, de 32 anos, e Márcia, de 38, viram assim ser-lhes aplicada a medida mais gravosa, coincidindo com aquilo que foi proposto pelo Ministério Público.
De acordo com a oficial de Justiça, o pai de Valentina é acusado de homicídio qualificado, profanação de cadáver e um crime de violência doméstica, ao passo que a madrasta da menor de homicídio qualificado por omissão e também de profanação de cadáver.
"A arguida Márcia Monteiro realizou como autora de um crime de homicídio qualificado por omissão e sob dolo eventual. O arguido Sandro Bernardo realizou como autor um crime de homicídio qualificado. Ambos os arguidos, em coautoria, um crime de profanação de cadáver. O arguido Sandro realizou um crime de violência doméstica", adiantou a oficial de Justiça.
O pai da criança vai aguardar julgamento no Estabelecimento Prisional de Lisboa e a madrasta no Estabelecimento Prisional de Tires.
Recorde-se que Sandro tinha defendido que Valentina tinha morrido acidentalmente em casa, enquanto Márcia havia referido que havia sido ameaçada pelo companheiro para cometer o crime.
A moldura penal para o crime de homicídio qualificado pode ir até aos 25 anos de prisão, pena máxima em Portugal. Já a de ocultação de cadáver pode ir até aos cinco anos.