Quando debatemos reabrir infantários, importa olhar para os países que já o fizeram, como a Bélgica ou a Dinamarca, até porque muitos pais estão nervosos com o assunto por não saberem o que os espera.
Na Bélgica, que reabriu as creches a 4 de maio – até aí estavam abertas apenas para crianças com pais em setores essenciais –, há novas regras. Cada sala pode ter no máximo dez crianças, deixadas por um dos pais, em intervalos escalonados. Deverá ser sempre o mesmo progenitor a levar a criança à creche, nunca os avós, e usando máscara. O professor também será o mesmo, sem obrigação de usar máscara. E recomenda-se que os mais pequenos também não as usem: as autoridades belgas temem o sufocamento em crianças com menos de dois anos.
Neste tópico, as diretivas do Governo francês, que reabre as creches esta segunda-feira, são semelhantes: “Não há recomendação científica que diga que as máscaras devam ser usadas por crianças”, explicou o ministro da Saúde, Olivier Véran, citado pelo Figaro. Ressalvando: “Os cientistas têm mudado de ideias, estamos a adaptar a nossa política de forma súbita”. Para o ministro, com crianças, o foco devem ser os “gestos-barreira e a lavagem das mãos”. Já professores e funcionários têm de usar sempre máscaras de pano, mas não luvas. “Dão uma falsa sensação de proteção”, lê-se no protocolo francês. “As próprias luvas tornam-se vetores de transmissão”.
Já na Dinamarca, muitas creches apostam em levar as crianças para o exterior, apesar do mau tempo típico dos países nórdicos. As crianças estão proibidas de trazer brinquedos de casa, mas não vão ter de seguir regras de isolamento social. “Nós não fazemos orientações para crianças, fazemos orientações para adultos”, explicou Søren Brostrøm, diretor da Autoridade de Saúde dinamarquesa.