No aborrecimento do confinamento, poucos prazeres são mais imediatos que um copo de cerveja, vinho ou outra bebida alcoólica que prefira. Em tempos de pandemia, em que beber socialmente é cada vez mais difícil, teme-se o aumento do consumo compulsivo de álcool, algo que aumenta ainda mais o risco de se contrair covid-19 por suprimir o sistema imunitário, avisou a Organização Mundial da Saúde. Ainda assim, por todo o mundo aumenta o desespero por conseguir uma bebida. É que “o teu cérebro simplesmente quer sentir-se diferente”, explicou Elizabeth Howell, professora de Psiquiatria na Universidade de Utah. “Também é como as pessoas lidam com o stresse, de uma maneira que muitas vezes não é saudável”.
Talvez o exemplo mais extremo seja na Índia, onde muitos tentam esquecer a crescente escassez de alimentos, o brutal aumento do desemprego e as duras medidas de isolamento. As autoridades de Nova Deli foram forçadas a fechar de novo algumas lojas de bebidas alcoólicas, à frente das quais houve filas gigantescas e até confrontos entre pessoas desesperadas por entrar – as regras proíbem que estejam mais de cinco pessoas numa loja. Os restantes estabelecimentos terão um “imposto corona” de 70% sobre produtos alcoólicos.
“Não é como se tivesse algo para fazer em casa”, explicou Deepak Kumar, de 30 anos, esta segunda-feira, enquanto aguardava pacientemente para comprar uma bebida. “Estivemos solitários durante mais de um mês”, acrescentou Asit Banerjee, de 55 anos, que fazia fila noutro ponto da capital. “O álcool vai dar-nos energia para manter o distanciamento social durante a pandemia”, assegurou à AFP.
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