Hoje, com o poder das redes sociais e a proliferação de programas televisivos que clonam as brigas de tasca, a história é completamente diferente. Figuras que eram importantes na tasca ganharam um protagonismo quase nacional e tornam-se atores principais num mundo que mistura o virtual com a realidade. E é por isso que hoje há um certo histerismo à volta de quase todos os assuntos que são colocados na agenda pelas ditas redes sociais, depois ampliadas pelas televisões.
Veja-se o caso das claques. Os membros das mesmas eram os maiores na rua deles e hoje são personagens que merecem destaque na comunicação social. E, como tal, julgam-se os donos dos clubes e que estão acima da lei. O que se passa no FCPorto, Sporting e Benfica – embora neste caso estejam todos na paz do Senhor, já que o clube vai ganhando a nível interno; o pior será quando Filipe Vieira começar a ser contestado – é verdadeiramente inconcebível. Qual a autoridade que as claques têm para dizer que são elas que mandam nos clubes? Como podem tentar ou mesmo conseguir agredir jogadores e treinadores? Mas vivemos nalguma república das bananas?
As claques servem, ou deviam servir, para apoiarem a equipa e para votarem na eleição das direções. Tirando isso, não se percebe como continuam a obrigar os clubes a pagarem multas por lançarem artefactos pirotécnicos para os relvados, quando elas é que deviam ser penalizadas.
P. S. Já diz o ditado que quem com ferro mata, com ferro morre. Pinto da Costa sempre deu gás, à semelhança de presidentes de outros clubes, às claques, e agora está refém das mesmas. O que se passa no reino do dragão era impensável nos tempos em que o guarda Abel mandava na claque, com Carolina Salgado atrás.