Câmaras de vigilância permitiram identificar suspeitos no caso de jovem morto no Campo Grande

Câmaras de vigilância permitiram identificar suspeitos no caso de jovem morto no Campo Grande


Cruzamento de processos relativos a roubos que já estavam na PSP com as imagens das câmaras de vigilância foi determinante para chegar aos três suspeitos.


A Polícia Judiciária (PJ) deteve, esta segunda-feira à tarde, três suspeitos da morte do jovem Pedro Fonseca, na zona do Campo Grande, em Lisboa, no dia 28 de dezembro. Os três jovens, que já estavam referenciados pela PSP, são de nacionalidade guineense e acabaram por confessar o envolvimento no crime, avançou o JN. 

Em comunicado, a PJ informou que os três suspeitos têm 16, 17 e 20 anos e estão “fortemente indiciados pela prática, em coautoria, de crimes de homicídio qualificado e de roubo”. 

Durante a manhã de segunda-feira foram realizadas buscas domiciliárias nas habitações dos três jovens, na zona de Queluz, onde foram apreendidos pela Polícia Judiciária “elementos de natureza probatória demonstrativos da prática dos crimes, neles se incluindo a arma utilizada nos factos delituosos”.

Além disso, foi apreendida “uma quantidade de produto estupefaciente, nomeadamente cocaína, superior a 50 doses individuais”, acrescentou a PJ.

Segundo o i apurou, a investigação da PJ foi levada a cabo pelo cruzamento de processos relativos a roubos que tinham dado entrada na PSP, e que ainda não tinham sido encaminhados, e de imagens das câmaras de vigilância que permitiram identificar os suspeitos.

Nas imagens captadas surge o suspeito de ter golpeado Pedro Fonseca. De acordo com informações avançadas pela TVI24, o suspeito vestia calças brancas, ténis pretos e usava um boné, o que permitiu a sua fácil identificação. Também foi possível perceber que os três jovens fugiram do local do crime em três momentos diferentes – primeiro, o autor das facadas, e depois os restantes – e que ainda voltaram para trás para perceber qual o estado da vítima.

Os três detidos serão, esta terça-feira, presentes a primeiro interrogatório judicial, “no qual serão objeto das medidas de coação processual”, lê-se no comunicado. 

A PJ informou ainda que a investigação prossegue para determinar “o eventual envolvimento dos suspeitos noutros crimes patrimoniais violentos”. 

Pedro Fonseca tinha 24 anos e terminara recentemente o curso de Engenharia Informática. Depois de um jantar no Campo Grande, o jovem dirigia-se para o carro quando foi alvo de uma tentativa de assalto. Tentou resistir e acabou por ser esfaqueado, junto à Faculdade de Ciências de Lisboa. 

O pai do jovem, antigo inspetor da PJ, escreveu, esta segunda-feira, uma carta, divulgada pela TVI24: “Nada levaram, mas roubaram o que ele mais adorava, que era a alegria de viver”.

 

Ligação com assaltos na Quinta das Conchas

A Polícia Judiciária fez a ligação entre o homicídio e o elevado número de assaltos que ocorreram no Parque da Quinta das Conchas no início do mês de dezembro. Reforçada a segurança no parque, suspeita-se que os assaltantes tenham escolhido outros locais.

Tal como o i revelou no início do mês de dezembro, o Parque da Quinta das Conchas foi palco de vários assaltos. Os grupos atuavam ao anoitecer e usavam facas e navalhas para ameaçar e assaltar os transeuntes.

De acordo com Pedro Delgado Alves, presidente da Junta de Freguesia do Lumiar, foram fechados alguns dos dez portões que dão acesso ao Parque da Quinta das Conchas e foi reforçada a segurança na zona. “O que se fez agora foi, a partir de certa hora, que correspondia ao horário em que as ocorrências se registavam – essencialmente ao final da tarde -, abrir apenas as entradas que permitem o acesso aos transportes”, referiu Pedro Delgado Alves.