António Costa admitiu esta terça-feira que tem intenções de se recandidatar a um terceiro mandato. E já tem um dos temas preparados para a próxima legislatura: a regionalização.
Durante o debate quinzenal, a líder da bancada do CDS, Cecília Meireles, questionou o líder do Governo sobre as alterações às eleições para as Comissões de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) e a possibilidade de estas serem vistas como um passo em direção à regionalização.
Costa disse que esse tema não está nem na agenda, nem no programa do Governo. No entanto, a regionalização é um dos temas que quer abordar no futuro: “Tenho muita esperança de estar cá na próxima legislatura para dar os passos subsequentes”.
Segundo a Comissão Nacional de Eleições, o cargo de primeiro-ministro não tem limitação de mandatos. José Sócrates ainda tentou reformar o sistema político impondo um limite de três mandatos, mas a medida acabou por não avançar.
Até hoje, o único primeiro-ministro que cumpriu mais de dois mandatos foi Cavaco Silva, exercendo o cargo de primeiro-ministro durante 10 anos – entre 1985 e 1995. O primeiro mandado do social-democrata não chegou ao fim, pois uma moção de censura levou a eleições antecipadas em 1987. Seguiram-se duas maiorias absolutas. Se Costa for eleito e levar o mandato até ao fim, será o primeiro líder de Governo a cumprir 12 anos em funções.
“O nosso programa não muda” Outro dos momentos do debate quinzenal que mais deu que falar foi a resposta de António Costa ao líder do Chega. André Ventura disse ter sido desafiado pelo primeiro-ministro a apoiar as medidas do programa eleitoral do PS que dizem respeito à corrupção. “Até agora ainda não vimos nada, onde é que está a posição do PS e a proposta sobre enriquecimento ilícito de que estávamos todos à espera?”
António Costa disse que as medidas que serão aplicadas são as que constam no programa do Governo. “O nosso programa não muda semana sim, semana não, conforme as críticas que recebe”, disse o primeiro-ministro, aludindo à notícia que dava conta de que oChega tinha retirado do seu site o programa eleitoral, prometendo repô-lo com algumas clarificações.
Quando João Cotrim de Figueiredo, da Iniciativa Liberal, lamentou apostura do Governo, que, defende, conitnua a mendigar “migalhas” dos fundos europeus, Costa aproveitou para ironizar: “É alegre verificar que, ao menos, se mantém coerente e que não teve ainda necessidade de mudar o seu programa. É assim um verdadeiro liberal, contra qualquer apoio mesmo ao seu país. Assim é que é!”