Várias falhas nos Paióis Nacionais de Tancos, como câmaras avariadas, postos de vigia sem guarnição e as rondas, muitas vezes inexistentes, facilitaram a operação.
Filipe Sousa, que estava no Regimento Engenharia nº.1 reconhecia os problemas e chegou a comentá-los com conhecidos, incluíndo com o seu tio, Valter Abreu. Ao ouvir o sobrinho falar das fragilidades da base, Valter Abreu aproveitou a oportunidade para comentar a situação com um amigo, João Paulino, em 2017, que lhe vendia droga à consignação e a quem o tio de Filipe Sousa já tinha uma dívida de mil euros.
Valter Abreu sabia que Paulino tinha um gosto especial por armas e dedicava-se a este negócio de vez em quando, juntamente com o seu amigo António Laranjinha.
Este foi o início do planeamento de todo o assalto a Tancos. Paulino começou a preparar um grupo de assalto, composto por Laranjinha, Fernando Santos, seu amigo e ex-sócio num bar de Ansião, João Pais, amigo da sua juventude em Albufeira, Pedro Marques, Hugo Santos e Gabriel Moreira, todos do seu grupo de Ansião. Além de contar com Valter e com o seu sobrinho.
Alguns dos elementos estavam numa situação idêntica à de Valter Abreu e deviam favores a Paulino, visto este entregar-lhes droga à consignação, pode ler-se na acusação.
No dia 28 de junho de 2017 as rondas iam ser pouco rigorosas, pois estavam a cargo do Regimento de Engenharia n.º1. Ao saber desta inforamção, o grupo decidiu que este era o momento certo para assaltar a base.
À 1h45 começa o assalto, que se prolonga até às 4h.Os assaltantes levaram consigo caixas com um peso superior a 300 quilos, em carros de mão, que depois guardaram numa carrinha que se encontrava do outro lado da vedação.
Ninguém deu pelo assalto na manhã seguinte. Só da parte da tarde é que um dos guardas que estava a realizar uma ronda se apercebeu da situação e lançou o alerta, que foi comunicado à PJM.
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