1. António Costa voltou a fazer das suas costices. Desta feita, em nova entrevista a um órgão de comunicação social amiga (a Lusa) do seu muito amigo e sempre prosélito jornalista-evangelista socialista, Nicolau Santos. E, na Lusa, com tamanha amizade e estatuto de agência oficial do Governo (que já não do Estado), os jornalistas lá se submeteram (por entre risos e gargalhadas nunca escondidos, nem tão pouco disfarçados) ao papel de figurantes da trama socialista-costista. Quanto ao conteúdo da entrevista, foi mais do mesmo: António Costa a debitar um chorrilho de mentiras, deturpações e frases políticas que os assessores lhe construíram, com elevado profissionalismo (a arte de enganar não é para todos – e, nesta matéria, este PS é o centro de ensino de excelência, com um corpo docente de elevado nível, todos familiares de Carlos César), pintando o seu país como o paraíso socialista na Terra. É uma repetição da entrevista ao jornal “Expresso socialista”do sábado da semana transacta: não há qualquer novidade, apenas uma repetição da mensagem que António Costa quer que fique na cabeça dos portugueses. Como se diz na linguagem político-comunicacional moderna, António Costa recorre aos seus amigos na comunicação social para ocupar o espaço mediático – que é uma forma subtil e catita de dizer para se arvorar em rock star, no pai bonzinho do povo, sempre com um “optimismo irritante”, uma boa disposição contagiante, a cara da “esperança boa”, ao mesmo tempo que manda os seus ministros, correligionárias e fontes anónimas darem as más notícias.
2.Ou seja: António Costa fala sobre o país encantado dos brinquedos e fadas socialistas; já os ministros, os secretários de Estado e alguns jornalistas amigos de Costa (que não se importam de lhe fazer o frete, à espera que os lugares imensos de chefe de gabinete no Governo abram para uma nova temporada e novas oportunidades…) falam sobre o país real, que o mesmo é dizer, sobre o país mais desigual do que nunca, mais totalitário do que em qualquer outro período da nossa história democrática, em que o futuro é cada vez mais sombrio, pois as luzes artificiais do presente – manhosamente implantadas por António Costa e o homem que aproveitou a ambição desmedida de Costa para construir uma carreira autónoma internacional, Mário Centeno – já começam a apagar-se, por defeito de fabrico. Como tudo o que é produzido pelo socialismo, nada passa de aparência: dão muita luz, incandescem, não permitindo que olhemos para a realidade tal como ela é. No entanto, quando a sua verdadeira natureza defeituosa se começa a revelar, a podridão é passível de ser vista em todo o seu esplendor. De mais a mais, António Costa deve ter encomendado tais lâmpadas da ilusão e da propaganda aos seus amigos “democratas” da Venezuela, de Cuba ou os seus novos BFF’s chineses… São baratas, dão pouco trabalho – mas o seu custo real será astronómico. António Costa, em vez de ir para Palma de Maiorca em férias como fez em pleno combate e época de resposta aos incêndios florestais que vitimaram centenas de nossos compatriotas, deveria ir para Caracas ou Havana: os comunistas latino-americanos adorariam tê-lo como ministro da Propaganda e da Manipulação do Povo…
3. Pois bem, o único facto relevante da entrevista de António Costa – aka, To(n)y Costa Story – é a sua promessa de que não irá ser candidato a Presidente da República, nem em 2021, nem em 2026. É mais uma mentira do burlão político Costa. Pela minha parte, reconheço, fiquei sensibilizado pelo facto de Costa querer responder a um segmento do meu texto publicado no SOL online, na passada quinta-feira, em que afirmei que Costa já só pensa em Belém. A cabeça do líder deste PS vendido aos interesses especiais já está noutra; parece-me mesmo que António Costa já está enfadado de ser primeiro-ministro… Não vão em cantigas: António Costa já está a gerir a sua carreira para (tentar!) ser Presidente da República em 2026. Uma pessoa que conhece exemplarmente bem António Costa, desde a juventude, contou-me que o líder do PS já encomendou uma sondagem interna (paga pelo partido – já agora, lembram-se que o PS, em 2015, quando entrou para o Governo, tinha uma dívida brutal aos seus fornecedores, mal tendo dinheiro para pagar a renda das sedes das suas concelhias? Agora, parece que o PS nada, navega e mergulha em dinheiro…O que terá acontecido entretanto? Este é o único verdadeiro milagre económico socialista…) para saber a opinião dos portugueses quanto às hipóteses de sucesso da sua candidatura presidencial. Uma espécie de novo focus group em que, por exemplo, se pergunta quais são as qualidades que os portugueses mais apreciam na pessoa de António Costa! Uma coisa absolutamente surreal, digna do regime norte-coreano! E já há assessores políticos, próximos de Costa, socialistas que trabalham na gestão da carreira de Costa nos próximos anos… António Costa – se é que alguma vez a teve no Governo português – já tem a cabeça noutro sítio…
4. Dir-se-á que Costa desmentiu categoricamente que quer ir para Belém e, portanto, é uma possibilidade absolutamente excluída. Minhas amigos e meus amigos: não sejamos ingénuos. A credibilidade que deve ser reconhecida a esta afirmação de Costa é a mesma que hoje sabemos que deveria ter sido dada àquela em que Costa jurava a pés juntos que jamais trairia António José Seguro e que faria tudo para o sucesso. Ou então àquela declaração, em 2015, que jamais formaria um Governo com a extrema-esquerda, atendendo às identidades diferentes dos partidos. Ou então aquela em que António Cota jurava que a bancarrota de 2011 se deveu ao chumbo do PEC IV e que José Sócrates seria recordado como um PM de excelência (porventura, a única declaração genuinamente verdadeira de Costa, que se tornou mentirosa por razões tácticas…). Quando Costa diz “não”, significa um “sim” na linguagem comum e da honestidade. Por outro lado, não podemos esquecer que os jornalistas da Lusa só interpelaram Costa sobre a sua vontade de se candidatar a Belém…porque o gabinete do primeiro-ministro lhes pediu! O que significa que António Costa queria criar um facto político; doravante, é um nome que ninguém poderá desprezar nas cogitações futuras sobre a corrida a Belém pós-Marcelo…Não nos deixemos enganar, nem distrair, pelo burlão político mor que é António Costa…Portugal assim o exige.
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Escreve à terça-feira