Rui Rio. “Não é em cima das eleições que vamos acordar o que quer que seja”

Rui Rio. “Não é em cima das eleições que vamos acordar o que quer que seja”


Líder do PSD e António Costa estiveram nas festas da Senhora d’Agonia mas não se cruzaram.


O líder do PSD e o primeiro-ministro tinham previsto à mesma hora uma visita à Romaria de Nossa Senhora d’Agonia, com destaque para a tradicional confeção dos “Tapetes Floridos”, em Viana do Castelo, na passada segunda-feira à noite. Rui Rio e António Costa não se cruzaram, mas ficou claro que o discurso de consensos ou entendimentos não faz parte do léxico de campanha eleitoral das legislativas de 6 de outubro.

“O diálogo uns com os outros tem o seu tempo próprio e não é agora, não é em cima das eleições que vamos acordar o que quer que seja”, vincou Rui Rio, citado pela RTP. O presidente social-democrata insistiu que o momento pré-eleitoral “não é para fazer acordos nenhuns”.

O presidente do PSD percorreu a romaria e garantiu aos jornalistas que não andava a evitar ninguém. “Não vou fugir de ninguém, se encontrar, encontro”, assegurou, sem saber que o presidente da Aliança, Pedro Santana Lopes, também fez uma visita à chamada “noite dos tapetes”, que antecede a procissão do mar.

“Também anda aí?”, respondeu Rio a um jornalista enquanto passeava pelas ruas de Viana de Castelo.

Já António Costa chegou à romaria na qualidade de primeiro-ministro. Questionado se se iria cruzar com o líder da oposição, Costa teve resposta pronta: “Ainda bem que está cá e que vem dar uma mãozinha aos tapetes”. Ao contrário de Rui Rio, o primeiro-ministro não é estreante no evento, soma três visitas, e até admitiu que se ajeitava com os tapetes. Sobre acordos com o PSD, Costa disse que o momento “não era para essas conversas”, mas para apreciar a romaria e o trabalho das “gentes de Viana”. A seu lado tinha o cabeça-de-lista pelo círculo eleitoral de Viana do Castelo, o também ministro da Educação Tiago Brandão Rodrigues.

Por seu turno, o presidente do PSD testou a sua habilidade por alguns minutos com os tapetes e colocou-se de cócoras para o efeito. “Isto é bem mais fácil do que governar o país. Mas há uma diferença: aqui temos de estar de cócoras, mas para governar o país devemos estar bem de pé”, frisou o líder social-democrata, citado pela Lusa, numa iniciativa em que disse ter sido confundido com o Presidente da República.

“Hoje só me confundiram com o Presidente da República”, afirmou Rui Rio, aludindo ao facto de lhe terem chamado Santana Lopes numa iniciativa para as eleições europeias, em maio.

O tema da greve dos motoristas de matérias perigosas, na semana passada, não passou ao lado de Rio. Para o presidente dos sociais-democratas, o “pior já passou” para os portugueses, mas foi graças ao recuo do Governo que o país ganhou uma solução de diálogo. Na rede social Twitter, Rio acrescentou: “Segundo alguns profissionais do comentário, o PSD perdeu ‘esta coisa’ porque falou pouco e tarde. O Governo terá ganho porque falou por 7 (ou 8) cotovelos, 25 horas por dia”.