Harley-Davidson. Baía de Cascais recebe milhares de motards

Harley-Davidson. Baía de Cascais recebe milhares de motards


Vêm dos quatro cantos do mundo para participar no 28.º encontro europeu de motas Harley-Davidson. Em Cascais vão encontrar calor, praia, música e muita animação.


E depois dos arraiais e da folia dos Santos, todos os caminhos vão dar a Cascais. A partir de hoje, motards dos quatro cantos do mundo juntam-se na vila para participarem no 28.o encontro europeu de motas Harley-Davidson. São esperados mais de 30 mil motards, que andarão a passear e a aproveitar o bom tempo nas praias da Linha.

O evento arranca hoje, com um megachurrasco de boas-vindas aos motards, na Praia da Ribeira (conhecida pelos cascalenses como Praia dos Pescadores). Para acabar o convívio com um toque de rock’n’roll, às 22h30 está previsto um concerto de homenagem aos Led Zeppelin.

No dia seguinte estão previstas diversas atividades no centro da vila. Destaca-se a atribuição de prémios para as melhores personalizações de Harley- -Davidson. E, claro, não podia faltar a música: os concertos começam às 19h00 e está prevista, às 22h30, uma homenagem aos Doors.

Para o penúltimo dia está agendada a atividade mais aguardada por todos: o desfile de milhares de Harleys, ao longo de 32 quilómetros. A parada começa no Autódromo do Estoril e chega ao centro da vila umas horas depois. Antes, passa por Carcavelos. Essa noite ficará marcada por um momento especial: uma homenagem à banda portuguesa Xutos & Pontapés, às 20h45.

No último dia, os motards vão aproveitar o calor das praias de Cascais para descansarem à beira-mar, antes de se fazerem à estrada e regressarem a casa.

“Estamos muito satisfeitos com a forma como Cascais nos acolheu para a celebração de um dos mais emblemáticos eventos de motociclismo do mundo. Temos muitas surpresas preparadas para esta nova edição e um programa repleto de atividades com as quais, mais um ano, esperamos oferecer a todos os harlistas europeus uma experiência inesquecível”, afirma Bev English, responsável da Harley-Davidson, em comunicado.

 

Hotéis com lotação quase esgotada

Ao contrário do que é costume, Cascais foi escolhida duas vezes para receber este evento. Em 2012, o presidente da Câmara de Cascais temeu que esta iniciativa pudesse não ter um impacto positivo na população, mas a verdade é que acabou por superar todas as expetativas: “As dos participantes, que pela primeira vez viajavam de Harley-Davidson para a ponta mais ocidental da Europa. Ainda que no pico da crise, aqui encontraram um povo extraordinariamente acolhedor, paisagens deslumbrantes e serviços (hotelaria e restauração) de primeira categoria. As dos cidadãos de Cascais que, apesar de habituados a grandes eventos, nunca tinham presenciado uma festa desta envergadura. E, finalmente, as dos decisores políticos. 2012 era véspera de eleições. Confesso que quando nos candidatámos a receber o evento em junho temi, por momentos, o efeito que poderia ter em setembro do ano seguinte”, confessou Carlos Carreiras ao i.

Há sete anos, o retorno financeiro desta iniciativa foi de seis milhões de euros. Este ano, Carreiras acredita que o valor será ultrapassado: “Temos projeções que apontam para mais de 100 mil visitantes e 30 mil participantes. As taxas de ocupação dos hotéis estão praticamente a 100%. Os serviços e o comércio reforçaram as suas equipas e contrataram mais mão-de-obra. Cascais está na sua capacidade máxima para três dias que serão inesquecíveis”, explicou o autarca, frisando que eventos como este aumentam a notoriedade internacional da vila.

 

Uma mota com 116 anos

A Harley-Davidson nasceu em 1903, em Milwaukee, nos Estados Unidos da América, pelas mãos de dois jovens que decidiram colocar um motor no quadro de uma bicicleta. Os seus nomes eram William S. Harley e Arthur Davidson. O modelo foi evoluindo e rapidamente passou de um protótipo fraco para um exemplar de uma mota tal como a conhecemos.

A fama nos EUA chegou quando a própria polícia começou a usar as Harley para se deslocar, em 1907. O aumento da potência atraiu milhares de norte- -americanos, que começaram a usar esta mota não só para se deslocarem mas também em corridas e eventos desportivos. Depois da ii Guerra Mundial, a produção da marca disparou, com todos os polícias e membros do exército a utilizarem as Harley nos serviços. É também nessa altura que a marca começa a ganhar terreno na Europa.

Antes disso, com o crash da bolsa, milhares de negócios vão à falência. Neste mercado, apenas duas empresas sobrevivem ao crescimento dos carros e das motorizadas em segunda mão: a Harley-Davidson e a Indian. Com cada vez menos concorrência, foi fácil para estes empresários crescer de forma constante.