No rescaldo do pior resultado de sempre do PSD numas eleições, Pedro Santana Lopes aproveitou o Twitter para lançar algumas criticas e para recordar que em 2005 “levou com um golpe de estado” e teve que se demitir da presidência do partido, quando conseguiu 28.7% de votos. Resultado que ficou acima do agora conseguido pelo PSD nas europeias, que não ultrapassou os 21.9%.
“Em 2005, tenho ideia de que um Presidente de um Partido que levou com um golpe de estado em cima, teve de se demitir porque teve 28.7.%. Será verdade que, no mesmo País, um Presidente desse mesmo Partido teve, esta semana, 21.9% e ninguém pediu a demissão?”, escreveu o ex-líder social-democrata que em agosto de 2018 anunciou a saída do PSD para fundar o Aliança.
Foi em 2005 que Pedro Santana Lopes sofreu o “golpe de estado” depois de em 2004 o Presidente da República, à data Jorge Sampaio, ter decidido a dissolução da Assembleia da República, provocando a queda do governo PSD/CDS, liderado pelo ex-social-democrata. Depois da queda do governo, Santana Lopes apresentou-se como candidato às legislativas e foi vencido por Sócrates com maioria absoluta. Na altura, o PSD conseguiu 28.7% dos votos e Santana Lopes saiu da direção do partido.
O post de Santana Lopes irritou alguns sociais-democratas que não tardaram a responder. Foi o caso do deputado e ex-líder da JSD, Duarte Marques que escreveu: “Se não tivesse saído do PSD teria legitimidade para colocar essa questão. Como saiu, e face aos resultados, é melhor tratar do seu” frisando que “a Aliança pode ser útil mas para combater o PS e o Costa, não o PSD”.
Santana responde com um novo tweet: “Não defendo, nem defendi, a demissão de ninguém. Falei da coerência de uns senhores que escreveram e falaram na altura. Quanto ao mais, cada um trate de si e que Rui Rio continue até porque nem foi dos que falou”. O ex-social-democrata estará a referir-se a Ferreira Leite que em 2005 foi uma das militantes que defendeu a demissão de Santana Lopes do partido e que agora desvalorizou o resultado do PSD.