O amante de Rosa Grilo, mulher de Luís Grilo, foi o autor do disparo que matou o triatleta. De acordo com o despacho da acusação do Ministério Público (MP), António Joaquim e Rosa Grilo entraram na casa onde a mulher vivia com a família, em Vila Franca de Xira, e foram para o quarto de hóspedes, onde Luís Grilo dormia, tendo então o amante consumado o crime.
“Aí chegados, os arguidos Rosa Grilo e António Joaquim dirigiram-se a Luís Grilo e, em ato contínuo, António Joaquim apontou a referida arma na direção do corpo de Luís Grilo e efetuou um disparo, a uma distância não concretamente apurada, atingindo o crânio deste”, lê-se no despacho do MP, citado pela Lusa. Sem terem a certeza se Luís Grilo ainda estaria vivo, decidiram “desferir pancadas com objeto não concretamente apurado na face” do triatleta.
De seguida, continua a acusação, “os arguidos colocaram um saco do lixo preto em redor do crânio e apertaram-no com uma corda, de forma a limitar o derrame de sangue”. Depois, os acusados colocaram o cadáver num edredão da casa e levaram o corpo para um terreno rural a 20 quilómetros de Benavila (Avis), onde os pais de Rosa têm uma casa. Mais de um mês depois, o corpo de Luís Grilo – desaparecido em 16 de julho de 2018 – foi encontrado em avançado estado de decomposição.
Na acusação, o MP descreve que Rosa Grilo e António Joaquim queriam assumir a relação extraconjugal, tendo para tal morto Luís Grilo – cuja morte lhes garantia vários bens, em particular 500 mil euros provenientes de seguros.
Depois do crime, Rosa Grilo fez-se passar pelo marido e enviou várias mensagens a amigos do triatleta. Com isso, a acusada pretendia, de acordo com a acusação, era “não levantar suspeitas e assim retardar até onde possível a notícia do desaparecimento do ofendido”.