Abel Chivukuvuku já não é o líder da CASA-CE, depois de ter sido demitido por “quebra de confiança” e atitudes que prejudicavam os interesses da terceira formação política angolana. A decisão foi anunciada esta terça-feira, em conferência de imprensa, pelo segundo vice-presidente Alexandre Sebastião André. André Mendes de Carvalho é o novo coordenador.
“O atual líder, ao ter realizado uma reunião com os independentes da coligação e primeiros secretários provinciais exonerados, assumiu praticamente a rutura”, explicou o dirigente. “Nos últimos tempos constatamos que o líder da nossa coligação já não estava preocupado com o futuro”, acrescentou Alexandre Sebastião André que foi perentório: “Fomos obrigados a tomar esta decisão para salvarmos a CASA-CE”.
A questão levantou-se pelo facto de Chivukuvuku ter querido criar uma nova formação política congregando os independentes dentro da coligação, o Podemos-Já, algo que não foi aceite pelo Tribunal Constitucional. Na sexta-feira passada, na abertura da reunião da coligação, Chivukuvuvu sublinhou, citado pelo “Novo Jornal” que os independentes “não fizeram a rutura com a CASA-CE”, que a mesma tinha sido obrigada pela decisão do Tribunal Constitucional.
Falou, então, na possibilidade de os independentes abandonarem a coligação de modo a criarem a formação política que não lhes foi permitida criar dentro da coligação. E foi mais longe, dizendo que em 2022 será cabeça de lista de uma formação política que não a CASA-CE.
Chivukuvuku criou a Convergência Ampla de Salvação de Angola-Coligação Eleitoral quando saiu da UNITA para concorrer às eleições de 2012, tendo elegido oito deputados nesse ano, duplicando a sua bancada parlamentar em 2017.