Com o mercúrio dos termómetros a baixar, os aparelhos de aquecimento para a casa são campeões em venda nos meses de inverno. “As vendas de aquecedores em lojas Pingo Doce têm registado crescimentos significativos com a descida das temperaturas em janeiro, em especial os termoventiladores”, revela ao i fonte do grupo Jerónimo Martins. A par destes aparelhos, os artigos de queima, como a lenha ou as acendalhas também têm vindo a aumentar.
Os preços dos aparelhos para aquecimento começam pouco acima dos 10 euros e vão até aos mais de 1500 euros, mas são vários os fatores a ter em conta, como o consumo e a eficiência energética. Na hora de escolher a melhor forma de aquecer a casa, a preferência por um aparelho de baixo custo é a escolha de maior parte dos portugueses, porém poderá não ser a mais acertada.
O preço dita as preferências e, segundo os resultados apresentados por um estudo da DECO, os aquecimentos portáteis são a primeira escolha para a maior parte dos portugueses. Dentro desta modalidade, a mais económica a longo prazo é o termoventilador, uma vez que o consumo é menor devido à resposta mais eficaz às variações de temperatura. Contrariamente, o ar condicionado portátil é a opção menos vantajosa para aquecer, uma vez que os custos imediatos são grandes a eficiência é baixa e o ruído elevado.
A DECO não recomenda “os aparelhos de ar condicionado portáteis”, mas sim os ares condicionados de parede capazes de proporcionar uma temperatura agradável em qualquer estação do ano. Embora com custos de instalação elevados, este sistema é poupado e eficiente. Ainda assim, este tipo de contas terão de ser feitas equacionando também a área que pretende aquecer.
Melhor para o bolso “Em termos de eficiência energética, podemos apresentar o ar condicionado, a salamandra a pellets e a caldeira a gás. Contudo, estes sistemas têm de estar bem dimensionados para a área a aquecer”, explica a associação no 78.º tema da Deco Alerta. “O custo médio de utilização anual das salamandras, por exemplo, ronda os 336 euros e apresenta como principal vantagem a utilização de pellets de origem sustentável, logo sem abate de árvores para a sua produção”, disse.
Há ainda que ter em conta as soluções mais rentáveis na hora de pagar a conta da eletricidade, como lareiras ou recuperadores de calor, que funcionam à base de queima de madeira ou pellets e que, segundo o grupo Jerónimo Martins, parece ser uma solução cada vez mais procurada.
Um ponto contra a utilização deste tipo de aquecimento passa pela organização de espaço – nem todas as casas, sobretudo apartamentos, estão preparadas para este tipo de instalações.
Fora de casa Todos as dicas apresentadas pela Deco levam em conta a utilizações destes aparelhos em casas particulares. No entanto, há por todo o país escolas que se queixam de falta de condições para fazer face à descida das temperaturas. Os custos para obras são elevados e os edifícios não estão preparados para reter o calor dos aquecimentos.
Na escola Secundária Afonso Lopes, os alunos têm inclusivamente de usar manta, gorro e cachecol nas aulas, como se estivessem no exterior. “Poderíamos poupar muito mais dinheiro no aquecimento se o Ministério da Educação realizasse obras ao nível das janelas e estores, beneficiando o isolamento dos edifícios”, explicou uma docente ao Jornal de Leiria.
Da mesma falta de condições queixam-se os pais e alunos do Centro Escolar Norte em Santa Comba Dão e da Escola EB 2/3 D. Sancho I no Cartaxo. Os aquecimentos não funcionam e as telhas foram foram furadas para instalar painéis solares, o que nunca chegou a ser feito.