“Uns, com os olhos postos no passado,
Vêem o que não vêem: outros, fitos
Os mesmos olhos no futuro, vêem
O que não pode ver-se”
Fernando Pessoa
Estamos no final de mais um ano e caímos invariavelmente na tentação dos balanços e das previsões.
Embora saibamos que o futuro é impossível de prever, lá vamos fazendo alguns exercícios de aproximação, uns mais fáceis outros mais difíceis.
Aqueles que acreditam que o futuro é previsível, argumentam com George Orwell e o seu livro “1984”, ou Aldous Huxley e o seu “Admirável Mundo Novo”.
Ao mesmo tempo, olham cada vez mais em frente e não perdem outros livros, como o de George Friedman, “Os próximos 100 anos”, ou mesmo “O desafio do futuro”, de Alain Minc.
Prever o futuro foi sempre um sonho e sobre esse exercício se pronunciaram intelectuais de todas as áreas.
Erich Fromm (1900-1984), psicanalista alemão, advertiu: “O perigo do passado era que os homens se tornassem escravos. O perigo do futuro é que os homens se tornem autómatos.”
O escritor argelino Albert Camus (1913-1960) afirmou que “ a verdadeira generosidade para com o futuro consiste em dar tudo ao presente.”
Finalmente, Winston Churchill (1874-1965), na foto, um dos maiores políticos do século XX, avisou também: “Se começarmos uma luta entre o passado e o presente, iremos verificar que perdemos o futuro”.
Olhando então para o nosso futuro próximo, o novo ano que se aproxima, só podemos deixar interrogações.
Será que o Brexit se concretiza? Como vão evoluir politicamente alguns países europeus? Como evoluirão as políticas dos Estados Unidos, da Rússia e da China?
Por cá, temos duas certezas. Eleições europeias em maio e legislativas em outubro.
Quanto ao resto, não será difícil de prever que as promessas vão continuar, a agitação social não vai parar e, apesar de tudo, uma larga percentagem dos portugueses irá de férias no verão.
Vamos, calma e tranquilamente, continuar a ser portugueses, no melhor e no pior.
Um excelente 2019 para todos!
Jornalista