França. Coletes amarelos ganham cada vez mais apoios nas ruas

França. Coletes amarelos ganham cada vez mais apoios nas ruas


O sindicato da polícia francesa submeteu um aviso de greve do pessoal de apoio para sábado


As concessões do presidente francês, Emmanuel Macron, ao movimento dos “coletes amarelos” não surtiu o efeito desejado: suster a raiva e a frustração. Ontem, as manifestações dos coletes amarelos previstas para este fim de semana receberam o apoio de novos setores da sociedade civil, incluindo até do sindicato da polícia.

As federações sindicais CGT e FO do setor de transportes já notificaram as autoridades competentes de que os seus sindicalizados entrarão em greve na noite de domingo por período indeterminado. Ambas as centrais contestam uma decisão do Conselho de Estado que “poderá ter repercussões negativas sobre o poder de compra” dos motoristas – a principal motivação para a saída à rua dos coletes amarelos. Também o principal sindicato agrícola francês, o FNSEA, anunciou que os agricultores também irão mobilizar-se, sem no entanto especificar uma data em concreto. O sindicato SUD-Rail, que nos últimos meses tem combatido com greves e manifestações a intenção de Macron de privatizar os comboios, também apelou a mobilizações no próximo sábado. 

Entre todas as adesões, a que parece ser mais significativa, tanto em termos políticos como de mobilização, é a do sindicato da polícia, ao anunciar um aviso de greve ilimitada também a partir de sábado. “É hora de nos organizarmos legalmente e de sermos solidários com eles [coletes amarelos], para o benefício de todos”, afirmou o sindicato em comunicado. Todavia, nem todos os polícias estarão em greve no sábado, mas apenas os que desempenharem funções de apoio. 

Ontem, dois estudantes ficaram feridos ao serem atingidos por balas de borracha em confrontos com a polícia. Um dos casos aconteceu quando os estudantes bloquearam uma secundária em Garges-lès-Gonesse, a norte de Paris, e o segundo na cidade de Orleães, no norte de França. No primeiro caso, os professores juntaram-se em assembleia-geral e mostraram o seu apoio aos alunos. No início desta semana, os estudantes de 188 escolas secundárias aderiram a manifestações.

Enquanto as notícias dos estudantes feridos circulavam pelas redes sociais, os estudantes da Universidade Sorbonne Nouvelle votavam em assembleia-geral o bloqueio da instituição. Recorde-se que o Maio de 68 começou nas universidades e a decisão estudantil de ontem vem marcar a união entre os estudantes e os coletes amarelos. Os sindicatos estudantis Fidl e UNL apelaram à mobilização dos estudantes para quinta e sexta-feira.