Premier League. ‘Plano Brexit’ promete lançar o caos na maioria dos clubes

Premier League. ‘Plano Brexit’ promete lançar o caos na maioria dos clubes


Plano drástico da federação inglesa de futebol (FA) propõe a redução do limite de jogadores estrangeiros para o máximo de 12 em plantéis de 25. Neste momento, entre os 20 clubes inscritos na Liga, só sete cumpririam os requisitos


Tal como tinha avançado esta terça-feira o ‘The Times’, a federação inglesa de futebol (FA) vai avançar com uma proposta que exige que os 20 clubes inscritos na Premier League tenham a médio/longo prazo um limite de 12 jogadores estrangeiros em plantéis de 25.

A ideia do organismo que tutela o futebol no país é alinhar com a política nacional e, por essa razão, prolongar os ideais defendidos nesta saída da União Europeia para dentro das quatro linhas.

Nesse sentido, a principal medida da FA é mesmo a redução do número de jogadores estrangeiros, algo que obrigaria a que mais de metade dos futebolistas de cada emblema fossem ingleses (do atual mínimo de 8 jogadores passariam a 13) ou ‘localmente formados’ – ou seja não tendo naturalmente nacionalidade inglesa, os jogadores que tenham estado inscritos um mínimo de três épocas até aos 21 anos em clubes ingleses ficariam inseridos neste lote. Exemplo disso é o caso do português Rui Fonte, atualmente cedido por empréstimo aos franceses do Lille pelo Fullham, que esteve entre os 16 e os 19 anos em Inglaterra, primeiro na formação do Arsenal, e, depois, durante cinco meses, na equipa principal do Crystal Palace.

Seis grandes longe de cumprir a lei Caso seja mesmo para avançar, o plano da FA pode trazer sérias consequências àquela que é considerada uma das Ligas mais competitivas do mundo em muito devido ao talento que importa dos quatro cantos do Mundo. Olhando para os 20 clubes inscritos nesta edição da prova só 7 cumpririam os requisitos – Bournemouth, Burnley, Cardiff, Crystal Palace, Everton, Southampton e o Wolverhampton de Nuno Espírito Santo, que com sete portugueses entre os 12 estrangeiros cumpre o limite.

Mais: entre os 13 emblemas que estão longe de cumprir a lei, seis jogam em competições europeias. Basicamente, todos os ‘grandes’ de Inglaterra – Manchester City, United, Liverpool, Chelsea, Tottenham e Arsenal – estão fora da lei ainda que haja vários contratos a terminar nos próximos dois/ três anos [ver tabelas].

De notar, ainda assim, que os reds de Anfield, apesar do excesso de jogadores estrangeiros, são os que se aproximam mais da realidade proposta, com 10 jogadores ingleses entre o plantel.

Apesar do terramoto que este plano drástico pode lançar sobre a maioria dos clubes, os dirigentes da Premier League não parecem ter muito espaço de manobra para refutar esta proposta já que um cenário sem acordo poderia criar uma situação ainda menos favorável aos seus interesses, com todos os intervenientes da União Europeia obrigados a cumprir os mesmos critérios que enfrentam os restantes atletas que não pertencem a algum dos estados integrados na comunidade.

Estrangeiros nas principais equipas inglesas

Man. City 
19 estrangeiros

Claudio Bravo (acaba contrato em 2020)
Kompany (2019)
Gündoğan (2020)
Agüero (2021)
Laporte (2023)
Mangala (2019)
De Bruyne (2023)
Leroy Sané (2021)
Bernardo Silva (2022)
David Silva (2020)
Mendy (2022)
Fernandinho (2020)
Mahrez (2023)
Otamendi (2022)
Ederson (2025)
Gabriel Jesús (2023)
Sandler (2022)
Zinchenko (2021)
Danilo (2022)

man. united 
18 estrangeiros

David de Gea (acaba contrato em 2019)
Lindelöf (2021)
Bailly (2020)
Paul Pogba (2021)
Alexis Sánchez (2022)
Juan Mata (2019)
Lukaku (2022)
Martial (2019)
Andreas Pereira (2019)
Marcos Rojo (2021)
Fred (2023)
Diogo Dalot (2023)
Ander Herrera (2019)
Sergio Romero (2021)
Antonio Valencia (2019)
Fellaini (2020)
Matić (2020)
Darmian (2019)

liverpool 
15 estrangeiros

Fabinho (acaba contrato em 2023)
Van Dijk (2023)
Wijnaldum (2021)
Lovren (2021)
Keita (2023)
Firmino (2023)
Mané (2021)
Salah (2023)
Alisson (2024)
Alberto Moreno (2019)
Mignolet (2021)
Shaqiri (2023)
Origi (2020)
Matip (2020)
Markovic (2019)

chelsea 
20 estrangeiros

Kepa (acaba contrato em 2025)
Van Dijk (2023)
Caballero (2019)
Rüdiger (2022)
Christensen (2022)
David Luiz (2019)
Marcos Alonso (2023)
Emerson (2022)
Azpilicueta (2020)
Zappacosta (2021)
Kanté (2021)
Jorginho (2023)
Kovacic (2019)
Cesc Fàbregas (2019)
Van Ginkel (2020)
Hazard (2020)
Pedro (2020)
Willian (2020)
Morata (2022)
Giroud (2019)

tottenham 
18 estrangeiros

Lloris (acaba contrato em 2022)
Vorm (2019)
Gazzaniga (2022)
Alderweireld (2019)
Davinson Sánchez (2024)
Vertonghen (2019)
Foyth (2022)
Aurier (2022)
Wanyama (2021)
Sissoko (2021)
Dembélé (2019)
Eriksen (2020)
Son (2023)
N’Koudou (2021)
Lucas Moura (2023)
Lamela (2022)
Janssen (2020)
Fernando Llorente (2019)

arsenal 
19 estrangeiros

Cech (acaba contrato em 2019)
Bellerín (2023)
Elneny (2022)
Sokratis (2018)
Koscielny (2020)
Mkhitaryan (2021)
Lacazette (2022)
Özil (2021)
Lucas Torreira (2023)
Lichtsteiner (2019)
Aubameyang (2021)
Monreal (2019)
Leno (2023)
Mustafi (2021)
Emiliano Martínez (2022)
Mavropanos (2023)
Guendouzi (2022)
Kolasinac(2022)
Xhaka (2023)

A primeira mulher na presidência Esta terça-feira a Premier League já tinha estado no centro das atenções. Em causa a oficialização por parte da organização da contratação de Susanna Dinnage para o cargo de diretora-executiva da prova. Dinnage deixa de ser presidente da Discovery’s Animal Planet, cargo que ocupava desde 2017, para se tornar a primeira mulher a conduzir os destinos da liga de futebol mais lucrativa do mundo.

A britânica que trabalhava em televisão há duas décadas vai suceder a Richard Scudamore, diretor executivo entre 1999 e 2014. No início do mês de junho, o próprio havia anunciado que deixaria o cargo no final do ano de 2018.

A escolha de Susanna Dinnage para o cargo prende-se com o objetivo de continuar a desenvolver o trabalho com foco nas receitas televisivas, a principal fonte de rendimento da Premier League, e uma das áreas em que Dinnage é reconhecida.

“Estou animada, a Premier League significa muito para muitas pessoas”, disse em comunicado Susanna Dinnage. “A oportunidade de liderar uma organização tão dinâmica e inspiradora é um grande privilégio”, continuou.

“Ela foi uma líder impressionante no Discovery, focada em construir para o futuro e também em entregar um produto de excelência”, assegurou, por sua vez, Peter Hutton, ex-diretor da Eurosport e atual responsável pela secção de desporto ao vivo do Facebook.