É calma, pouco dada a mediatismos e os colegas nunca a viram gritar. Lucília Gago, que foi nomeada por Marcelo Rebelo de Sousa para o cargo máximo do Ministério Público, já passou duas vezes pelo Departamento de Investigação e Ação penal de Lisboa. A primeira foi na área da corrupção, uma área a que enquanto Procuradora-Geral da República terá de dar muita atenção, tendo em conta todas as mega investigações que continuam em curso.
A também professora do Centro de Estudos Judiciários e líder do departamento de Direito de Família da PGR – é nesta área que se sente mais à-vontade – tem uma boa relação com Joana Marques Vidal, tendo sido inclusivamente por escolha da atual PGR que chegou pela segunda vez ao DIAP de Lisboa, desta vez em 2016 e como diretora, sucedendo a Maria José Morgado. A deliberação acabou por ser tomada com 14 votos favoráveis e duas abstenções.
Lucília Gago também passou pelo Tribunal da Relação de Lisboa. Em 2005 passa a procuradora-geral-adjunta na Procuradoria-Geral Distrital de Lisboa e até 2012 fica a representar o MP naquele tribunal.
Apesar de pouco extrovertida e de ser conhecida por manter algum distanciamento dos colegas – “não é pessoa de tu cá tu lá ou de beijinhos”, explicam ao i alguns procuradores que preferiram não ser identificados – é uma pessoa muito cordial e de bom trato.
Quem a conhece diz ser uma pessoa correta e ponderada: “Não é conflituosa, mas não é pessoa de ceder.”
Lucília Gago nasceu em Lisboa a 26 de agosto de 1956 e é casada com o procurador Carlos Gago, que fez parte da direção da Polícia Judiciária na altura de Fernando Negrão e Luís Bonina. Licenciou-se na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa em 1978 e entrou para o Ministério Público no início da década de 90.