Desde o início do ano letivo que a Direção-Geral do Ensino Superior (DGES) já recebeu cinco queixas sobre praxes violentas e abusivas.
Nos últimos dias têm sido denunciados casos de praxes abusivas. Uma dessas situações foi denunciada pelo Bloco de Esquerda e dizia respeito a um aluno da Universidade de Évora que foi obrigado a ajoelhar-se em cima das próprias mãos e teve de colocar a cabeça no chão em cima de um monte de farinha. O outro episódio envolveu um aluno da Universidade da Beira Interior que apresentou queixa à escola depois de ter sido alvo de uma praxe violenta. Segundo o Correio da Manhã, o aluno foi levado de noite para a Serra da Estrela, foi obrigado a despir-se e foi agredido. A universidade já abriu um inquérito interno para apurar o que aconteceu, tendo ainda apresentado queixa ao Ministério Público.
Em comunicado, o Ministério da Ciência e do Ensino Superior “lamenta e repudia os dois eventos associados a ‘praxes académicas’".
Estes dois casos já foram encaminhados para a Inspeção-Geral da Educação e Ciência, esperando-se agora que a entidade “desenvolva a atuação adequada nas situações de apreço", para "punir adequadamente todas as manifestações de poder, humilhação e subserviência associadas a praxes académicas”.
No ano letivo passado, a entidade recebeu dez queixas. Em comunicado, o ministério demonstrou o “total apoio ao combate a manifestações de abuso, humilhação e subserviência realizadas entre grupos de estudantes, sejam no espaço público ou dentro das instituições”.