Surpresa enorme no Estádio do Dragão. Depois do 1-1 no dérbi de Lisboa entre Benfica e Sporting, o FC Porto, campeão nacional em título, entrou em campo para receber o Vitória de Guimarães, ainda sem pontos até esta jornada, e já vencia por 2-0 ao intervalo. Os vimaranenses, porém, fizeram uma segunda parte extraordinária e conseguiram a reviravolta, vencendo por 3-2.
O primeiro tempo não parecia deixar dúvidas quanto ao vencedor do encontro. O FC Porto esteve sempre por cima e chegou ao golo aos 37 minutos, por Brahimi, ampliando a vantagem já em cima do intervalo – aqui num tento muito polémico: no momento em que Alex Telles aponta o livre, André Pereira, que viria depois a cabecear para o golo, estava claramente adiantado em relação ao último defesa do Vitória de Guimarães. O árbitro Fábio Veríssimo validou o golo, com a Liga a informar durante o intervalo a existência de uma anomalia técnica entre os 15 e os 45 minutos que impediu a comunicação entre o juiz da partida e o sistema do vídeo-árbitro (VAR).
Tudo parecia assim resolvido ao intervalo, mas os vimaranenses não pensaram da mesma forma. Aos 60', Ola John foi derrubado por Sérgio Oliveira na área portista: o penálti foi assinalado e André André, médio que rescindiu esta temporada com os dragões para regressar ao Vitória, desfeiteou Casillas. O conjunto orientado por Luís Castro (antigo treinador do FC Porto) continuou a pressionar e viria a conseguir o empate aos 76', por intermédio de mais um ex-jogador portista: Tozé, num remate cruzado sem hipóteses para o guarda-redes portista. E aos 88', o golo que gelou o Dragão: Welthon recebeu no peito e tocou para Davidson, que fuzilou Casillas.
Só aí o FC Porto acordou, atirando-se para cima da baliza vimaranense. Aí, valeu Douglas aos minhotos: o guardião brasileiro deteve, já nos descontos, tentativas de Óliver, Marega e Herrera – aqui também com a ajuda do poste. O árbitro apitou então para o fim do jogo, naquele que foi o primeiro triunfo de sempre do Vitória de Guimarães no Dragão – a última vez que havia vencido no reduto do FC Porto tinha sido em 1996, ainda nas Antas e curiosamente pelo mesmo resultado. Já o campeão, que não perdia em casa desde abril de 2016 (36 jogos), voltou a permitir a resposta do adversário depois de estar a vencer por 2-0 – já tinha acontecido na última jornada, em que o Belenenses SAD também chegou ao 2-2, embora depois tivesse surgido o penálti salvador para os dragões já nos descontos – e sofre a primeira derrota da temporada, vendo assim Benfica e Sporting à sua frente (embora apenas por um ponto) e esperando ainda pelo resultado do Feirense-Boavista: em caso de vitória, os homens de Santa Maria da Feira sobem à liderança isolada da liga.