Ensino superior. Universidade de Lisboa sofre o maior corte de vagas para o próximo ano

Ensino superior. Universidade de Lisboa sofre o maior corte de vagas para o próximo ano


Universidade da capital tem menos 383 lugares no concurso nacional de acesso ao superior. Quase um terço da redução de vagas são no curso de Direito, que perde 115


A Universidade de Lisboa é a instituição de ensino superior que mais vagas vai perder no concurso nacional de acesso às universidades e politécnicos, que arranca hoje. 

Este ano, a maior universidade do país leva a concurso 7278 lugares disponíveis para as licenciaturas e mestrados integrados nas 15 faculdades – menos 383 vagas face ao concurso do ano passado, quando a Universidade de Lisboa contou com 7661 lugares disponíveis. 

Quase um terço do corte de 383 vagas na universidade da capital são na licenciatura de Direito, que perde 115 lugares. 
No reverso, é na Universidade do Minho onde o número total de vagas vai ter o maior aumento, com mais 136 lugares disponíveis, de acordo com a informação disponibilizada pela Direção–Geral do Ensino Superior (ver tabelas ao lado). 
Entre os cursos que abrem vagas em 2017 e 2018, é na licenciatura de Engenharia Informática da Universidade de Trás-os-Montes que as vagas mais sobem, com um aumento de 40 lugares para este concurso. 

Estes são alguns dos resultados das regras definidas pelo despacho do ministro da Ciência e do Ensino Superior, Manuel Heitor, que define a distribuição de vagas entre os cursos das universidades e dos politécnicos públicos. 

No despacho orientador das vagas, o ministro deu indicação às instituições da capital e da Invicta para reduzirem em 1100 vagas disponíveis (menos 5%) para os alunos que se apresentem ao concurso nacional de acesso ao superior, para conseguirem um lugar numa licenciatura ou mestrado integrado. Fora desta regra estão os cursos de Medicina, de Física e das áreas das Ciências Informáticas e de Eletrotécnica e Automação.

Já as universidades e politécnicos fora de Lisboa e Porto têm de aumentar em 5% as vagas. 

No total, as 14 universidades públicas do país, os 15 politécnicos públicos, as três escolas superiores de Enfermagem, a Escola Superior Náutica Infante D. Henrique e a Escola Superior de Turismo do Estoril vão ter disponíveis 50 852 vagas para 1068 cursos de licenciatura e mestrados integrados. Mais de metade destas vagas (28 138) são de universidades e as restantes 22 714 são em politécnicos.

O prazo da primeira fase do concurso nacional de acesso ao superior termina a 7 de agosto e os resultados são publicados dia 10 de setembro. As candidaturas são realizadas na plataforma da DGES e as vagas não preenchidas ficam disponíveis para a segunda fase, que decorre entre os dias 10 e 21 de setembro. 

Combater a concentração de estudantes Com esta medida, Manuel Heitor pretende atrair mais estudantes para universidades e politécnicos fora da capital e da Invicta pois, de acordo com a tutela, a concentração de estudantes em Lisboa e no Porto “é significativamente superior” face a áreas urbanas de outros países europeus.

Em Portugal, Lisboa e Porto acolhem 54% do total de estudantes do ensino superior. Na Áustria, a concentração de alunos em Viena e Innsbruck não ultrapassa os 31% face ao total de estudantes do ensino superior daquele país. Em Itália, 27% do total de estudantes do superior estudam em Roma e na Lombardia. O mesmo acontece em Espanha, onde 23% dos estudantes das universidades e politécnicos do país estudam em Madrid e na Catalunha. 

Além disso, a tutela diz que, nos últimos 16 anos (entre 2001 e 2017), as vagas em Lisboa e no Porto aumentaram 31% face às restantes zonas do país, onde houve uma redução de 9% nos lugares disponíveis.