Depois da breve lua-de-mel com o presidente Donald Trump em Singapura, chegou a vez de Kim Jong-un se encontrar com o chefe de Estado chinês, Xi Jinping. Pequim sempre foi o único – e, por isso, principal – aliado do regime de Pyongyang, mas, agora, as relações diplomáticas parecem estar no nível mais positivo de que há memória. Conhecido por não sair da Coreia do Norte, Kim Jong-un fez da exceção a regra e, pela terceira vez em três meses, visitou novamente, esta semana, Pequim para aprofundar as relações diplomáticas num contexto de desanuviamento com Seul e Washington.
No decorrer da visita de três dias e reunidos na Casa de Visitas do Estado, nos arredores de Pequim, Kim Jong-un e Xi Jinping discutiram ontem o futuro das relações diplomáticas entre os dois Estados. “A presente visita à China serviu como oportunidade para aprofundar os laços de amizade entre o camarada secretário-geral [Xi Jinping] e eu, e os laços entre a Coreia do Norte e China”, disse Kim Jong-un à agência estatal chinesa Xinhua, depois de um encontro entre os dois líderes.
A Xi Jinping também não faltaram os elogios à Coreia do Norte. O líder chinês afirmou que Pequim está satisfeita por o “importante consenso alcançado entre a China e a Coreia do Norte estar a ser gradualmente implementado”, ao mesmo tempo que as relações entre os dois Estados “estão a irradiar uma nova vitalidade”. Para celebrar, os dois líderes, sorridentes, brindaram, no final de um banquete, ao sucesso dos dois países, com Xi a mostrar-se esperançoso de que a península coreana irá abraçar a paz, a estabilidade e a prosperidade nesta nova fase.
O encontro entre os dois líderes não foi o único momento marcante da visita. Kim também visitou, acompanhado pelo seu principal conselheiro económico, Pak Pong-ju, um parque de inovação tecnológica agrícola pertencente à Academia Chinesa de Ciências Agrícolas e o centro de controlo ferroviário, em Pequim. A passagem de Kim pelo parque agrícola está a ser encarada como um sinal claro das ambições do regime de desenvolver a economia, tornando--se menos dependente das importações chinesas.