A Associação Nacional de Agentes e Corretores de Seguros (APROSE) defende que os bancos sejam proibidos de vender seguros. Segundo a associação, a exceção que é dada aos bancos contraria as regras da nova diretiva de seguros.
A nova diretiva de distribuição de seguros entra em vigor este ano e deve ser transposta para a legislação nacional até ao dia 1 de julho. O objetivo é dar uma maior proteção aos consumidores e reforçar as exigências da comercialização dos seguros, como a obrigação de formação dos trabalhadores ou a adequação dos produtos vendidos ao perfil do cliente.
David Pereira, presidente da APROSE, afirmou em declarações à agência Lusa que, mesmo com nova legislação, os bancos vão “manter incompreensivelmente um regime de exceção”, ao ser-lhes permitido continuar a vender seguros.
Segundo a agência Lusa, o responsável referiu que “a banca vende normalmente os seguros da seguradora com quem tem acordo”, não protegendo o cliente.
David Pereira disse que os bancos não aconselham ao cliente um produto adequado às suas necessidades, sendo que esta é uma regra da nova diretiva. Afirmou ainda que os dados dos clientes a que a banca tem acesso podem levar a uso de informação privilegiada para fins indevidos.
Para a APROSE, apenas deveriam estar autorizadas a vender seguros os mediadores/corretores de seguros profissionais e as seguradoras com venda direta ao cliente final.
Os bancos são responsáveis, sobretudo, pela venda de seguros do ramo vida, como seguros de vida (que geralmente estão associados ao crédito à habitação) e seguros ligados a fundos de investimento e operações de capitalização.
A Associação Nacional de Agentes e Corretores de Seguros quer que seja feito um debate alargado sobre o tema, com audições de intervenientes do setor dos seguros no Parlamento.