Fim aos exames de acesso ao ensino superior, diz a OCDE

Fim aos exames de acesso ao ensino superior, diz a OCDE


Segundo estudos do Departamento de Educação os estudantes portugueses estão entre os mais ansiosos da Europa


Andreas Schleicher, diretor do Departamento de Educação da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), esteve em Portugal para uma avaliação do sistema de ensino português e defendeu que se acabe "por deixar cair" o sistema de exames nacionais que permite o acesso ao ensino superior, avança o Público. 

Segundo o diretor, a pressão que os exames exercem sobre alunos, famílias e professores e a uniformização que o ensino promove são os "principais problemas" do sistema educativo nacional. 

“Porque é que os estudantes portugueses estão sempre muito mais ansiosos do que os colegas dos seus países?” Esta foi uma das questões que motivou Schleicher a identificar os principais problemas sentidos nas escolhas depois da aplicação do projeto-piloto de flexibilidade curricular. Este programa pretende conciliar "dois mundos": o do ensino para os exames e outro que dá preferência à utilização de projetos e trabalhos colaborativos para fomentar a aprendizagem. 

Segundo um questionário feito a jovens de 15 anos no âmbito dos testes da OCDE, o PISA, os portugueses registaram valores de ansiedade acima da média, tanto quando vão fazer um teste como quando começam a estudar. 

Um das respostas mais selecionadas pelos estudantes para melhor os níveis de ansiedade foi "o professor adaptar as aulas às necessidades da minha turma e aos seus conhecimentos", revelou o diretor do Departamento de Educação. 

"É triste que um aluno chegue a casa ansioso por ter tido um 18 em vez de um 20 no exame", disse Jorge Ascensão, presidente da Confederação Nacional das Associações de Pais deixando ainda um desafio a todos os parceiros da educação para que se unissem com o objetivo de alterar o regime de acesso ao ensino superior. 

Os exames nacionais marcam o fim da escolaridade obrigatória e contam como 30% para a nota final e até 50% para a entrada no curso, uma percentagem que varia consoante o curso escolhido pelo aluno.