Ministro promete alternativa ao IP3 após conclusão de estudos

Ministro promete alternativa ao IP3 após conclusão de estudos


Garantia surge depois do autarca de Viseu ter ameçado avançar com um processo contra o Estado devido à atual degradação da via 


O ministro do Planeamento e das Infraestruturas, Pedro Marques, garantir ontem que a construção da nova ligação rodoviária entre Coimbra e Viseu irá  avançar assim que os estudos em curso estiverem concluídos. “É uma obra prioritária para este Governo”, afirmou Pedro Marques, acrescentando ainda que a necessidade da futura estrada está “bem alinhada com as prioridades para o desenvolvimento do país”.

Esta é a resposta do governante à ameaça do presidente da Câmara de Viseu em processar o Estado pela falta de condições de segurança no IP3. Almeida Henriques revelou esta semana que esta falta de condições é sinal de “incúria” por parte da tutela e pediu uma solução urgente para acabar com as mortes na estrada Viseu-Coimbra. “Eu tenho dito que [o IP3] é a estrada da morte e é a estrada de todos os perigos porque sabemos os perigos que percorremos todos os dias naquela via” referiu o autarca, desafiando os outros presidentes da câmaras a avançarem com uma ação judicial contra a empresa pública Infraestruturas de Portugal “por não cuidar das estradas que nos servem”.

Pedro Marques revelou que ainda estão a decorrer “estudos de traçado, mais a norte ou mais a sul”, mas também, designadamente, de impacto ambiental, económico e captação de tráfego. “Esperava que esse tipo de estudos, pelo menos, já tivesse sido feito há muito tempo”, afirmou, considerando “razoavelmente claro que, neste quadro comunitário, a disponibilidade em Bruxelas para a questão dos investimentos rodoviários é muito limitada”.
Ainda assim, Pedro Marques prometeu investir 2,5 milhões de euros para requalificar o IP3, uma vez que, no seu entender, é uma via que “não pode ser abandonada”. 

Queixas antigas

Os autarcas de Viseu e de Coimbra chegaram a convidar Pedro Marques para a viagem a realizar “em data próxima”, no Itinerário Principal (IP) 3, “fazendo-se acompanhar por quem considerar adequado, nomeadamente pelos responsáveis pela gestão da via”. Almeida Henriques e Manuel Machado lembraram que o IP3 – previsto no Plano Rodoviário Nacional desde 1985 que substituiu o plano de 1945 – só ficou totalmente concluído em 2010 e, “desde há muitos anos tem revelado, no seu troço entre Viseu e Coimbra, elevados níveis de sinistralidade e constante e crescente degradação”, referem.

Os autarcas dizem ainda que, “fruto da consciência generalizada sobre a inadequação daquele troço às necessidades das regiões”, ao volume de tráfego e à sinistralidade registada, ao longo dos últimos 15 anos foram apresentados “vários planos para a sua substituição por uma autoestrada”.

Recorde-se que o Conselho Regional aprovou, por unanimidade, uma proposta de Almeida Henriques, “pela ligação em perfil de autoestrada Coimbra – Viseu”, em substituição do atual IP3, “e pela ligação em ferrovia Aveiro – Salamanca”. No documento, o autarca do PSD realçava a necessidade de exercer “pressão conjunta para que se clarifique em definitivo e arranque a concretização da autoestrada entre Coimbra e Viseu”.