"Sinto que às vezes até exagero porque quero fazer de um jogador mais do que ele é capaz. Como acredito que sou capaz de fazer, exagero e erro", admite.
Porém, "é assim a minha forma de trabalhar e que tem feito com que os jogadores se tenham valorizado", faz questão de vincar. "Não tenho evoluído apenas no Sporting, evoluí em todas as equipas em que trabalhei", analisou.
Jesus traçou um auto-retrato mas não esqueceu a equipa. "Todos os treinadores evoluem; se forem criativos estão sempre a evoluir. Sinto-me muito mais treinador ano após ano, mas quem faz com que sejamos melhores é a qualidades dos jogadores com quem trabalhamos porque a qualidade de um treinador também passa pela forma como os podemos potencializar a eles".
Na antevisão do jogo com o Moreirense, marcado para este domingo às 18h00, deixou elogios aos algarvios. "É uma equipa com muitos golos, tirando as quatro primeiros classificados, depois é o Portimonense a equipa com mais golos marcados. É uma equipa que ofensivamente demonstra que tem qualidade. Temos de ter cuidado com todos. Se o Portimonense vai ter medo não sei, mas sei que é uma equipa com muita qualidade e temos de estar preparados para isso".
Jesus olhou ainda para dentro e falou de Alan Ruiz, Fábio Coentrão e Mathieu. "O Alan Ruiz foi um dos jogadores que eu pedi ao presidente para contratar", recordou.
"Nos dias em que comecei a conhecer este jogador, vi muito potencial nele, sei que o tem. Na primeira época, principalmente na segunda volta, fez uma prova espetacular, cheguei a dizer que ele e o Bas Dost eram a melhor dupla da liga. As características dele, se estiver sem competição e sem treinar, tem pouca intensidade e começa a perder qualidade. Não tem medo de ter bola e depois perde muitas bolas, depois os adeptos começam a cobrar e neste momento não se sente confiante. Que ele tem potencial e talento, tem. Há outras componentes que os treinadores não conhecem num jogador. Aquilo que tentamos fazer é recuperá-lo", defendeu.
"Os outros dois jogadores [Mathieu e Fábio Coentrão], felizmente o presidente teve a possibilidade de os trazer. Há jogadores de risco, uns fisicamente e outros que desportivamente possam causar dúvidas. Às vezes temos de avançar e não dão certo. Eles eram jogadores com confirmação do potencial futebolistico, mas o facto de não jogarem há muito tempo transmitiam esse risco. Nós arriscámos porque a qualidade deles ninguém duvída. O departamente clínico tem feito um trabalho espetacular e nós a mesma coisa em termos de intensidade, temos estado a gerir muito bem. Se vai ser até ao fim, não sei. Sei é que eles estão cada vez melhores", assumiu.