Centeno matou-se!


Não podendo dizer Centeno lá fora o que diz cá dentro, e não podendo fazer cá dentro o que lhe mandarem lá fora, é uma questão de tempo. Politicamente, está morto!


Calma, leitor. O óbito sobre o qual aqui se escreve é político. Durante a última semana viveu-se em Portugal um clima de quase histerismo político-socialista em torno da candidatura do ministro das Finanças ao comando do Eurogrupo. De resto, importa desde já aclarar que do ponto de vista profissional e curricular, tal como tudo, o sol quando nasce é para todos, e, portanto, pessoalmente, a vitória nesta eleição representa um inegável sucesso pessoal para Mário Centeno, o que nessa ótica genuinamente se aplaude.

Contudo, o óbice é outro. Aliás, a bem dizer, são na verdade dois. A começar, e ilustrando um crónico complexo nacional, está a forma como sempre que algum português está na iminência de vencer algo além-fronteiras se empolam essas vitórias a um nível de claro exagero. Perguntar-me-ão: mas não há que festejar? Há! Mas não é importante? Claro que é! Mas sossego, que se festeje e comemore com regra, calma e nível. Até porque, se num Europeu de futebol ou numa Eurovisão todo o país pareceu envolver-se na causa, da política, infelizmente, e por culpa própria, já poucos querem saber. E note-se que nem valerá a pena partir aqui para outro caminho.

Com tanta crítica que se fez a Durão Barroso durante a sua estadia em Bruxelas, é face a ela incompatível a bateria de elogios que se fazem a Centeno. Não são os dois portugueses? Cabeça a minha. São! Mas o Durão é de “direita”! Só por isso, não presta! Aqui chegados, em segundo lugar temos o problema maior. É que o Eurogrupo não é Portugal. E se por cá se pode governar sem se ganharem eleições, fazendo-se acordos hipócritas com aqueles que na verdade boicotam consecutivamente os verdadeiros intentos do executivo, lá, fiará mais fino. Mário Centeno dificilmente conseguirá replicar na Europa o modelo que tem seguido em Portugal, e quem acreditar nisso ou é genuinamente ingénuo ou apenas tendencioso. Dessa forma, não podendo dizer Centeno lá fora o que diz cá dentro, e não podendo fazer cá dentro o que lhe mandarem lá fora, é uma questão de tempo. Politicamente, está morto!
 
Escreve à sexta-feira


Centeno matou-se!


Não podendo dizer Centeno lá fora o que diz cá dentro, e não podendo fazer cá dentro o que lhe mandarem lá fora, é uma questão de tempo. Politicamente, está morto!


Calma, leitor. O óbito sobre o qual aqui se escreve é político. Durante a última semana viveu-se em Portugal um clima de quase histerismo político-socialista em torno da candidatura do ministro das Finanças ao comando do Eurogrupo. De resto, importa desde já aclarar que do ponto de vista profissional e curricular, tal como tudo, o sol quando nasce é para todos, e, portanto, pessoalmente, a vitória nesta eleição representa um inegável sucesso pessoal para Mário Centeno, o que nessa ótica genuinamente se aplaude.

Contudo, o óbice é outro. Aliás, a bem dizer, são na verdade dois. A começar, e ilustrando um crónico complexo nacional, está a forma como sempre que algum português está na iminência de vencer algo além-fronteiras se empolam essas vitórias a um nível de claro exagero. Perguntar-me-ão: mas não há que festejar? Há! Mas não é importante? Claro que é! Mas sossego, que se festeje e comemore com regra, calma e nível. Até porque, se num Europeu de futebol ou numa Eurovisão todo o país pareceu envolver-se na causa, da política, infelizmente, e por culpa própria, já poucos querem saber. E note-se que nem valerá a pena partir aqui para outro caminho.

Com tanta crítica que se fez a Durão Barroso durante a sua estadia em Bruxelas, é face a ela incompatível a bateria de elogios que se fazem a Centeno. Não são os dois portugueses? Cabeça a minha. São! Mas o Durão é de “direita”! Só por isso, não presta! Aqui chegados, em segundo lugar temos o problema maior. É que o Eurogrupo não é Portugal. E se por cá se pode governar sem se ganharem eleições, fazendo-se acordos hipócritas com aqueles que na verdade boicotam consecutivamente os verdadeiros intentos do executivo, lá, fiará mais fino. Mário Centeno dificilmente conseguirá replicar na Europa o modelo que tem seguido em Portugal, e quem acreditar nisso ou é genuinamente ingénuo ou apenas tendencioso. Dessa forma, não podendo dizer Centeno lá fora o que diz cá dentro, e não podendo fazer cá dentro o que lhe mandarem lá fora, é uma questão de tempo. Politicamente, está morto!
 
Escreve à sexta-feira