Assédio sexual, abusos abjetos e aproveitar a onda


O assédio sexual, seja de heterossexuais, gays, lésbicas e simpatizantes, é uma coisa desprezível. Quem se aproveita da sua posição para conseguir favores sexuais merece responder no local próprio para o efeito: o tribunal. Se nas grandes cidades, por regra, as/os trabalhadoras/es estão mais protegidas/os – ou estavam, já lá vamos –, nos meios pequenos,…


O assédio sexual, seja de heterossexuais, gays, lésbicas e simpatizantes, é uma coisa desprezível. Quem se aproveita da sua posição para conseguir favores sexuais merece responder no local próprio para o efeito: o tribunal. Se nas grandes cidades, por regra, as/os trabalhadoras/es estão mais protegidas/os – ou estavam, já lá vamos –, nos meios pequenos, a história costuma ser muito mais grave.

Quantos patrões, sabendo da situação periclitante das trabalhadoras, não exercem sobre elas pressão psicológica até as mesmas cederem ou irem para o desemprego sem terem meios de subsistência? É um comportamento, repito, abjeto. Mas se era do senso comum que essas histórias só se passavam em meios mais pequenos e em profissões menos qualificadas, o escândalo que rebentou em Hollywood trouxe-nos outra face da violência sexual. Harvey Weinstein, o todo- – poderoso produtor, é acusado das maiores tropelias no que diz respeito a “favores” sexuais, já que exercia sobre as atrizes um comportamento nojento, embora muitas tenham aceitado na altura e agora o acusem, isto depois de terem entrado nos filmes.

Nada desculpa o comportamento de Weinstein, que deverá responder perante a justiça norte-americana, mas algumas atrizes famosas deveriam tê–lo denunciado bem mais cedo. No seguimento deste escândalo, também o fotógrafo Terry Richardson é acusado por um número considerável de modelos de as ter “obrigado” a terem sexo com ele. O homem em causa já se veio defender: “Colaborei com mulheres adultas, que deram o seu consentimento e tinham perfeita noção da natureza do seu trabalho e que assinaram contratos.

Nunca usei uma proposta de trabalho ou a ameaça de uma recusa para obrigar alguém a fazer algo que não queria.” Terry Richardson é conhecido pelas suas produções ousadas no que ao sexo diz respeito… P. S. No seguimento destas denúncias surgiu a atriz Heather Lind a dizer que há quatro anos foi apalpada pelo antigo presidente George H. W. Bush, então com 89 anos e de cadeira de rodas. A atriz esperou quatro anos para fazer esta denúncia? Que foi apalpada por um velho inválido de 89 anos? Por que razão não lhe deu uma palmada na altura e vem agora aproveitar a boleia do escândalo Weinstein?