O vídeo é responsável por mudanças cada vez mais profundas na nossa maneira de viver. É algo tão inquestionável quanto surpreendente. Mas há que reconhecer que existem externalidades bastante positivas que, claramente, potenciam a facilidade com que enfrentamos os desafios do dia-a-dia.
E no Desporto? O jovem já usa o vídeo. Os maduros também. O mais experiente, nem por isso.
Nos últimos dias, temos assistido a um debate à volta do vídeo. Do vídeo do mais experiente. Alguns, falam que irá mudar a face da história contada todos os fins-de-semana. Outros, levantam o debate em torno da sua regulamentação, circunstâncias a ser usado ou tempos de decisão. Tudo pontos fundamentais numa expressa ponderação a que a experiência obriga.
Os maduros são também bastante astutos. Já discutiram, testaram e implementaram o vídeo. Há 10 anos. Os seus desportos saíram valorizados e a história por eles contada ganhou maior veracidade. Leia-se, grandeza desportiva.
O jovem viveu a sua irreverência para implementar o vídeo com toda a naturalidade. Melhor ainda, o vídeo é um suporte ao processo de tomada de decisão ao invés de ser um agente adicional de recomendação à revisão da decisão. É certo que o jovem toma decisões de forma mais subjetiva mas também é verdade que soube incorporar o vídeo sem atrasos significativos nesse processo. Mais ainda, a referida subjetividade, obriga o vídeo a desempenhar um papel de auxiliar de memória com a perspetiva de tornar a veracidade tão transversal quanto possível.
O desporto terá sempre os “casos” de arbitragem. Seja porque os detalhes são imensos, seja porque as interpretações são diversas. Deixo o debate à volta do mais experiente, o futebol, para os seus agentes, mas os maduros, o ténis e o rugby, podem ser boas referências tanto nas coisas positivas como talvez e, principalmente, nos erros.
José Ferreira, vice-campeão nacional da Liga MEO Surf em título, referiu recentemente que tem “muita consideração pelo julgamento”, embora esse resultado recente tenha sido assombrado por incertezas. Na altura, o vídeo ajudou. No surf, o painel de juízes tem acesso não só ao ângulo visual de praia, com a circunstância e emoções inerentes, como também ao auxílio do vídeo, seja na repetição da situação e/ou onda em si como também na completa e inequívoca comparação com outra(s) onda(s) relevantes. Sem atrasos. Live on stage. Afinal o jovem também o faz. Não há 10 anos, mas para lá caminha.
Todos os desportos aqui focados têm as suas particularidades e dimensões impactadas pelo vídeo. Não se pense que o vídeo irá acabar com a discórdia. Os desafios estão e continuarão a lá estar. Deixemos que o vídeo nos ajude a superá-los.