O gangue dos taxistas que não quer concorrência


Os taxistas têm toda a razão ao quererem que os seus concorrentes da Uber e Cabify passem pelas mesmas obrigações que lhes são impostas. Isto é: as 150 horas de formação e o pagamento dos mesmos impostos. O resto é tudo uma brincadeira de mau gosto de alguns que entendem que não devemos viver numa…


As reivindicações são extraordinárias: os “táxis” das plataformas não poderão andar nos corredores bus, os carros não podem ter mais de sete anos e nunca poderão apanhar clientes na rua que não tenham pedido o serviço através da aplicação online. Se têm essas limitações, é natural que paguem menos… Perante este livro de reclamações, os taxistas decidiram que hoje vão sequestrar Lisboa e transformar a vida de milhares e milhares de pessoas num inferno. Mas em nome de quem é que o podem fazer? A que propósito? Se não estão de acordo, lutem de outra forma: parem os carros à porta de casa e deixem os lisboetas e turistas sem essa alternativa. Nos últimos dias tenho apanhado vários taxistas que estão contra esta forma de manifestação e ouve-se muitos dizerem que têm de melhorar o serviço. Mas ninguém vai querer furar a greve, pois correm perigo de vida se o fizerem. Ainda ontem um me dizia que é inconcebível os colegas apresentarem-se sem cuidados higiénicos e os carros estarem sujos e cheirarem mal. Estou perfeitamente à vontade pois uso muito o serviço de táxis e, regra geral, sou bem servido. Nem tão pouco acho muito simpático que as plataformas tenham os meus dados bancários e saibam o que não tenho de lhes dizer. Por isso, nem sequer usei, por mim, os tão famosos Uber. E até já fiz corridas com clientes da plataforma em que o serviço deixou a desejar, porque o motorista, simpático, não conhecia o caminho e o GPS mandava-nos para ruas que estavam fechadas. Valeu-nos a água que nos ofereceu enquanto andávamos às voltas. Voltando à manifestação de hoje: é intolerável que um pequeno grupo de taxistas fora da lei, que têm muitos mais táxis do que os permitidos, além de tuk- -tuks, levem atrás toda uma classe onde a maioria são bons profissionais.