A deputada do BE acrescentou que uma sociedade estável não pode aceitar que se acumule dinheiro. A esquerda não gosta que se poupe. Ou porque vê no consumismo a salvação do Estado, o que não deixa de ter piada, ou porque quem poupa planeia a sua vida, e isso é inaceitável para quem o pretende fazer por via governamental.
Quem poupa pode escolher; quem poupa depende menos do poder político, dos altos e baixos da economia. É mais livre, menos sujeito ao poder discricionário de quem governa e de pessoas como Mariana Mortágua.
Se uma sociedade estável é aquela que não aceita que se acumule dinheiro, então a União Soviética era estável. Tão estável que não evoluía. Tão estável que ninguém decidia o seu futuro, planeado que estava pelos decisores políticos. Porque a estabilidade é uma faca de dois gumes afiada quando se limita a liberdade das pessoas.
A extrema-esquerda, e este PS que lhe dá palco, não gosta de quem poupa porque quem o faz não precisa dela. É independente, livre de escolher outro caminho. A sociedade ideal, a sociedade estável, é aquela em que se trabalha no Estado ou em empresas que estejam debaixo do olho do governo. Se somarmos a isso o não termos qualquer poupança que nos valha nos tempos de aflição, não passamos de ovelhas de costas viradas para os lobos. Poupar tornou-se um ato de resistência.
Advogado. Escreve à quinta-feira