Esquerdas “vivem para o défice”, diz Montenegro

Esquerdas “vivem para o défice”, diz Montenegro


Luís Montenegro aponta uma contradição à esquerda. O líder parlamentar do PSD considera que os fracos números do crescimento estão a fazer com que PS, BE e PCP se virem para um indicar que parece estar a correr bem.


"O dr. António Costa, a deputada Catarina Martins e o deputado Jerónimo de Sousa são agora o rosto da política do défice", afirmou Montenegro no arranque das jornadas parlamentares do PSD, que começam hoje em Coimbra.

Luís Montenegro diz mesmo que os partidos que apoiam o Governo agora "vivem para o défice", depois de terem criticado o Governo do PSD por ser obcecado com o cumprimento dessas metas.

Mas o social-democrata tem uma explicação para esta inversão de discurso. "Se calhar também era a parte mais fácil, porque eles ao contrário de nós em 2011 não herdaram um défice de 11% herdaram um défice de 3%", sublinha o deputado do PSD, que considera que a política de reversões do Governo de António Costa está a deitar por terra o esforço feito na anterior legislatura.

"Este primeiro ano desta legislatura trouxe uma política que em quase tudo ignorou se não mesmo desrespeitou o esforço que os portugueses, as pessoas e as empresas, fizeram", disse, criticando "a tendência marcadamente ideológica de colocar o Estado em tudo aquilo que mexe na nossa sociedade".

De resto e com os dados económicos que estão em cima da mesa, Montenegro faz já o balanço do Governo que ainda não está há um ano em funções.

"O Governo das esquerdas falhou. Falhou em toda a linha", conclui, lembrando que o país está "a crescer metade do que aquilo que está inscrito no OE 2016 e menos do em 2015" e defendendo que os fatores externos não devem ser usados como explicação quando em Espanha a economia está a crescer 3%, num momento em que nem sequer tem um Governo em plenitude de funções.

Olhando para o lado de lá da fronteira, Luís Montenegro atira até uma hipótese de raciocínio. "Mais vale ter um governo que não tenha a plenitude de funções do que um que esteja em plenitude de funções e estrague aquilo que foi feito", ironiza.

Uma coisa é certa para o líder da bancada do PSD, "este Governo tem todas as condições" para governar e "já começa a cansar essa conversa fiada relativamente ao passado", pelo que os sociais-democratas consideram que não há desculpas para os fracos resultados no crescimento económico do país.

Montenegro afirma que os portugueses têm no PSD "uma alternativa", mas assume que isso não significa que o partido venha a apresentar proposta de alteração ao Orçamento do Estado, preferindo esperar para ver a receita que o Governo tem para oferecer naquele que é por excelência o instrumento da política governativa.