Rio16. O ataque ao ouro vai começar

Rio16. O ataque ao ouro vai começar


São os nomes mais fortes para subirem ao lugar mais alto do pódio nos Jogos Olímpicos que hoje começam no Rio de Janeiro. Não há volta a dar a estes nomes. São os mais bem cotados garimpeiros no Brasil


Aqui ninguém duvida que vai haver Ouro

Neymar

Futebol

Brasil

Neymar tem uma dupla missão neste Rio16: vencer e afugentar os fantasmas das derrota dos Mundiais de 1950 e 2014. Em casa, o Brasil saiu sempre humilhado. Esta é a terceira vez e a hora da redenção. Conseguirá? a história (sempre ela) diz que não. Outras estrelas com mais de 23 anos falharam sempre, como Rivaldo, Aldair, Ronaldinho, Thiago Silva ou Hulk. Todos cumpriram as quotas dos três jogadores que se pode levar aos Jogos com mais de 23 anos e a coisa não saiu bem. Então Neymar? Ele não esteve na final de 50, quando o Maracanã quase caía com a vitória do Uruguai, mas esteve agora em 2014 e viu (do banco porque estava lesionado) a uma das derrotas mais dolorosas do futebol brasileiro 1-7 com a Alemanha nas meias-finais. Não pode falhar. Aos 24 anos, o atacante do FC Barcelona tem uma nação nos ombros à espera do ouro: é o capitão e o número 10, como mandam as regras no Brasil. Artista como se deve ser.

Usain Bolt

Atletismo

Jamaica

Nunca ninguém fez o que ele quer fazer no atletismo. Ser tricampeão olímpico nos 100m, 200m e 4x100m. É tão anormal o feito – é ainda o detentor das melhores marcas mundiais nos 100m (9,58s), 200m (19,19s) e 4x100m (36,84s com Blake, Frater e Carter) – que qualquer coisa bárbara que se possa dizer, pode dizer. Como dizer a Pelé que se tivesse optado pelo futebol seria ele o rei. Isto não se diz a sua majestade Edson Arantes do Nascimento, por extenso, Pelé. Mas Bolt pode. O ex-campeão olímpico Linford Cristie disse que os adversários vão já derrotados antes da partida só pela sua presença – isso e a força dos 200m aliada à técnica dos 100m que poucos possuem (41 passadas nos 100 metros, menos 9 que a média dos atletas de elite). Tem uma taxa de vitória de 85,7%. Essas vitórias incluem 6 medalhas de ouro olímpicas, 20 medalhas nos outros principais campeonatos e 8 recordes mundiais batidos.

Teddy Riner

Judo

França

O gigante francês, com mais de 2 metros de altura (2,03m) e cem quilos de peso (139 kg), domina a categoria de pesos pesados do judo há cinco anos. Alguém o derruba? Ou se atreve? Teddy não perde um combate desde 2011. Campeão olímpico em Londres 2012, é um dos nomes mais sonantes do Rio de Janeiro. Foi bronze em Pequim 2008 e isso deixou-o muito chateado. Já tinha sido campeão do mundo um ano antes e, depois desse falhanço em terras chinesas, este monstro de Guadalupe venceu mais seis títulos mundiais (2009, 2010, 2011, 2013, 2014 e 2015) e cinco europeus (2007, 2011, 2013, 2014 e 2016). Este antigo jogador de basquetebol e squash – antes de se converter à arte judoca japonesa – soma 95 combates entre 2011 e 2016: venceu todos. A sua última derrota aconteceu no dia 13 de setembro de 2010, em Tóquio, perante o Daiki Kamikawa. É com este senhor que os adversários devem falar. Ou então não entrem no tatami.

Michael Phelps

Natação

EUA

O maior medalhista olímpico da história vai participar em cinco provas. Para os quintos Jogos do seu currículo, o norte-americano chega mais relaxado do que nunca. Tão descontraído que a primeira coisa que fez quando chegou à Aldeia Olímpica foi parar e tirar uma fotografia com Novak Djokovic. O próprio disse que nunca teria feito isso noutros anos.

Vai ser ele a levar a bandeira dos EUA na Cerimónia de Abertura. As 22 medalhas (18 de ouro) olímpicas dão-lhe esse estatuto. Isso e a alcunha respeitável de a “Bala de Baltimore”. O efeito duradouro no tempo também ajuda: estreou-se nos Jogos há 16 anos, quando tinha apenas 15. Não ganhou nada em Sydney, mas nas três edições seguintes reescreveu por completo a história da natação e dos próprios Jogos Olímpicos. Phelps irá nadar três provas individuais (200m e 400m estilos, e 100m e 200m mariposa, mais a estafeta 4×100 estilos). Reduziu para metade em relação a Pequim e Londres. Está desculpado.

Christopher Froome

Ciclismo

Grã-Bretanha

Já conhecemos a história deste herói. Para trocar África pela Europa fez-se passar pelo presidente
da federação do Quénia e enviou
o email que lhe mudaria a vida para sempre. Saiu de África e entrou na Europa a toda a velocidade. Tomou conta das corridas e dominou a prova mais importante do ciclismo, sendo coroado rei em Paris. Alcançou há cerca de duas semanas a terceira vitória na mítica Volta à França. Surge nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro como o mais forte candidato ao ouro em cima de uma bicicleta. Este ano foi agraciado com a Ordem do Império Britânico (OBE) pelos serviços extraordinários alcançados no ciclismo. A medalha que o príncipe William lhe entregou no Palácio de Buckingham foi também a da recompensa por
uma carreira já brilhante, mas que ainda não acabou e com muitas pedaladas pela frente. Faltam, pelos menos, estes jogos do Rio.
Para inglês ver.

 

Aquí vai haver Ouro

Simone Biles

Ginástica

EUA

É uma medalhista quase certa no Rio. E de ouro. Para já é uma bela apresentação. Fenómeno da ginástica artística mundial, a americana disputará os seus primeiros Jogos, mas com uma bagagem de dez ouros em Mundiais. Foi adotada pelo avô Ronald e a sua mulher Nellie depois dos problemas da mãe com drogas e álcool, mas agora tem a alcunha de $imoney (um cifrão com o nome de dinheiro dá para perceber muita coisa). Ah, e foi capa da Time.

Djokovic / Serena Williams

Ténis

Sérvia/EUA

O que falta a Novak? Ouro olímpico. Ele que já venceu tudo – os quatro major (embora nunca todos no mesmo ano) e o Masters, nunca conseguiu subir ao lugar mais alto do pódio nos Jogos. Em 2008 esteve quase, mas ficou-se pelo bronze. Será desta? Serena já tem uma medalha de ouro. Foi em Londres 12, de resto tem falhado sempre – exceto em pares, quando foi também campeã olímpica em Sydney 2000, Pequim 08 e Londres 12.

Mo Farah

Atletismo

Grã-Bretanha

Esqueça-se a pose com as duas mãos em arco por cima da sua cabeça. Este Mo (de Mohamed) de Mogadíscio transformado em bretão de luxo, bicampeão olímpico de 5 mil e 10 mil metros (Londres 12), é mais do que candidato. Tem cinco Mundiais no bucho e quatro Europeus. Pernas para que te quero.

Kevin Durant

Basquetebol

EUA

Foi o protagonista da maior transferência do ano na NBA, ao trocar os Oklahoma Cit Thunder pelos vice-campeões Golden State Warriors. Durant é o melhor jogador da seleção dos EUA presente no Rio, tendo em conta as “negas” dadas por outras estrelas da NBA. Apesar  de não estar ao nível dos Dream Team de outros Jogos, a seleção norte-americana não deverá ter grandes dificuldades em alcançar a medalha de ouro. À partida, só a Espanha poderá dar luta à equipa liderada por Durant.

Allyson Felix

Atletismo

EUA

No CV apresenta-se nos seus quartos Jogos Olímpicos como multicampeã olímpica e mundial nos 100m, 200m e 400m – conquistas nos Jogos de Atenas 04, Pequim 08 e Londres 12. Possui 18 medalhas entre Jogos Olímpicos e Mundiais de atletismo, 14 delas de ouro. Chega? Tem a alcunha de Chicken Legs (pernas de galinha) pelo seu estilo esguio. Fé não lhe falta: cristã devota e filha de um pastor e professor do Novo Testamento.

Katie Ledecky

Natação

EUA

É, juntamente com o peso-pesado destes Jogos Michael Phelps, o nome mais forte da equipa americana na natação. E isso diz muito. Aos 16 anos conquistou a medalha de ouro nos Jogos de Londres 2012 nos 800 metros livres. Um ano depois açambarcou cinco títulos nos mundiais de Barcelona, em 2015 outros cinco em Cazã, na Rússia. E soma 11 recordes e três melhores marcas mundiais (400m, 800m e 1500m). Alguém falou em Phelps?

 

Aquí era bom que houvesse Ouro

Rui Costa

Ciclismo

Rui Costa pode ser o primeiro a levar… a medalha? É já no primeiro dia, sábado. Com sorte e força pode passar a perna a Valverde ou Froome ou Bardet. Será? É uma esperança portuguesa.

Fernando Pimenta

Canoagem

Se for prata seria a segunda nuns Jogos, depois de Londres 12. Mas estes braços podem mais e o campeão europeu quer ultrapassar o favorito, o checo Dostal, que falhou o Europeu para estar em forma para o Rio.

Rui Bragança

Taekwondo

Já foi líder do ranking mundial e chega com o nome fortalecido a estes Jogos. Só tem de se bater na categora, 58 kg, com o sul-coreano Hun Kim e o iraniano Fallah. Vá lá.