O desplante instalou-se. Tudo fruto de uma euforia bacoca e infantil sobre uma união ideológica salvadora contra os malefícios do rigor, da seriedade e da dureza da verdade e dos factos.
Um novo rumo contra o empobrecimento e a austeridade, diziam de boca cheia e pulmões abertos. Vendem-nos esta ideia como se de uma verdade empírica se tratasse quando, na realidade, o que estão a fazer não é mais que venderem-nos gato por lebre. Perderam-se grandes publicitários, mas ganharam-se grandes farsantes.
Os sinais do desplante começam a chegar, as vozes de alerta também. A economia, que para o mal e para o bem vinha mostrando sinais de recuperação, caminha para o declínio. Vendem-nos a ilusão de que estamos melhor, que nos devolveram rendimentos. Mas o que nos dão tiram-nos diariamente em taxas e contribuições que vamos pagando sem nos darmos conta. A austeridade passou a solidariedade, mas isso não faz com que uma mentira deixe de ser uma mentira.
Estamos entregues a um conjunto de tipos que nos dão a falsa sensação de que nos estão a governar quando, na realidade, estão a fazer aquilo que sempre fizeram. E nós, povo de brandos costumes, como dizem, sabemos disso. Como também sabemos que, quando as vacas perderem as asas, seremos nós a apanhá-las do chão.
Escreve à segunda-feira