António Costa mostrou um cartão amarelo ao ministro da Cultura, na sequência da polémica das "bofetadas". Na quinta-feira à noite fez a primeira declaração pública sobre a questão, pedindo desculpa aos colunistas Augusto M. Seabra e Vasco Pulido Valente. "Tanto quanto sei, o dr João Soares já pediu desculpa aos visados pela forma como se expressou. Eu pessoalmente quero expressar publicamente desculpas às duas pessoas, uma, o Augusto M. Seabra, por quem tenho especial estima, e a outra, Vasco Pulido valente, por quem tenho consideração", disse Costa.
O primeiro-ministro deu a entender que, na sequência do episódio, criticou João Soares."Obviamente já recordei aos membros do governo que enquanto membros do governo nem à mesa do café podem deixar de se lembrar que são membros do governo e portanto devem ser contidos na forma como expressam as suas emoções. E se é assim à mesa do café, quanto mais nestes novos espaços comunicacionais que se tornam naturalmente públicos". Para Costa as declarações de João Soares "obviamente não traduzem a forma como o governo se quer relacionar". Interrogado sobre se mantinha a confiança política no ministro da Cultura, o primeiro-ministro não respondeu.
João Soares reagiu, às sete da manhã de quinta-feira, na sua página do Facebook pública, a um texto crítico da sua política de cultura publicado no diário Público pelo crítico Augusto M. Seabra. “Em 1999 prometi-lhe publicamente um par de bofetadas. Foi uma promessa que ainda não pude cumprir. Não me cruzei com a personagem, Augusto M. Seabra, ao longo de todos estes anos. Mas continuo a esperar ter essa sorte. Lá chegará o dia. Ele tinha, então, bolçado sobre mim umas aleivosias e calúnias. Agora volta a bolçar, no "Publico". É estória de "tempo velho" na cultura”.
A ameaça das bofetadas foi estendida a Vasco Pulido Valente a promessa de bofetadas. “Estou a ver que tenho de o procurar, a ele e já agora ao Vasco Pulido Valente, para as salutares bofetadas. Só lhes podem fazer bem. A mim também”.