Há i e SOL no Beato

Há i e SOL no Beato


Passadas 2143 edições diárias do i(a caminho do 8.º ano de existência) e 500 edições semanais do “SOL”(faz 10 anos a 16 de setembro),os nossos e seus dois jornais passama ter nova casa na Rua do Açúcar


No Beato, paredes-meias com o Poço do Bispo e Xabregas, onde a Lisboa operária se junta ao Tejo.

Para trás ficam Linda-a-Pastora e Queijas, com a sua vista igualmente deslumbrante, também sobre o rio, e o mar, e o campo de golfe do Jamor, que tanto orgulha o presidente da Federação Manuel Ornelas, o mestre Raul Rodrigues (agora com novo e elegante restaurante) e o Luís, o jovem e simpático diretor do melhor centro de formação do país para jovens (mesmo muito jovens) golfistas – com os professores Campino, Luís e Tiago. E o velho e extraordinário Clube de Amigos do Jamor. O Centro de Golfe é uma instituição que merece muito mais do que o pouco apoio que vai tendo.

Vamos ter saudades. Do Sérgio e colegas da SOV que tanto nos aturaram na receção do antigo e gigantesco edifício-sede da Papelaco. Do Pedro Ferreira, administrador do fundo que gere o imóvel e que tanta compreensão teve connosco, e do Luís Henriques, curador do condomínio a quem demos tantas dores de cabeça. Como dos vinhos e manjares do Orelhas, do Paulo e do pai, sr. Travassos, das doses da Flor do Jamor, dos ensopados do Barbosa, dos grelhados do Malagueta, da rainha das tascas lá do sítio, mesmo ao lado dos bombeiros, a Pérola do Jamor, das bifanas em bolinha do Andremar, dos pastéis da Neuza, da cozinha e dos sorrisos da Sara e da Lurdes no Caçador, ao Dafundo, e das farófias do Parreirinha – este um pouquinho mais longe, já em Tercena, junto à antiga Fábrica da Pólvora. E de muito mais. E de muitos mais – que tão bem nos acolheram há ano e meio e melhor sempre nos trataram. Obrigado.

Deixámos Linda-a-Pastora (lindo nome de lugar, como já dizia o meu avô Raul) e regressámos a Lisboa (só alguns, porque o i estava antes no Taguspark, no mesmo concelho de Oeiras, e o “SOL” foi fundado e viveu grande parte da sua vida no coração do Chiado).

Fixamo-nos naquela que foi a sede da Soponata, Sociedade Portuguesa de Navios Tanques, a companhia portuguesa de navegação criada a metade do século passado e que morreu quando Portugal virou costas ao mar – a sua maior riqueza mas, infelizmente, o seu ainda maior desperdício.

Um edifício típico da arquitetura do Estado Novo – à época, em todo o seu esplendor. Marcado na fachada e na escadaria pela azulejaria da Fábrica Viúva Lamego com o traço de Fred Kradolfer.

Entre a decisão de mudar – procurar instalações, negociar e fechar acordo – e o primeiro número feito pela redação na Rua do Açúcar, este mesmo, passaram 12 dias. Doze longos e extraordinários dias. 

Sem uma equipa dedicada e profissional não seria possível mudar-se uma empresa em tão pouco tempo, com tão pouca gente e com tão pouco custo. E isso impõe o registo de um enorme agradecimento. Aqui vai:

Em primeiro lugar, à turma do José Salvado, ao Fernando e companheiros, que fizeram o transporte das nossas coisas de Linda-a-Pastora para o Beato e que suaram as estopinhas durante uma semana a fio. E ainda faltam mais uns dias para despejar Queijas. E o cofre, senhores, o cofre. Que carrego.

Ao Ailton e ao João – magistrais eletricistas. Não é pera doce passar o dia inteiro enfiado num buraco para pôr tudo a funcionar. Sem chão técnico nem teto falso. Não foi fácil. Mas fez-se luz.

À Egualdina, pelas horas a limpar tudo. Ao Pedro Ferreira, que veio de Viseu fazer transportes de Queijas para o Beato.

Ao António Rodrigues, que trocou o programa de excel pelos caixotes de economato numa bela tarde de Sábado de Aleluia.

Ao Afonso e ao Carlos Pinheiro, extraordinários na montagem das gavetas e na vontade de simplesmente ajudarem. E faltavam gavetas…

Ao Pedro Costa, que apesar das dores de costas ainda andou a distribuir cestos de papéis. E à Laura Vieira da Silva, pela colaboração sempre bem-disposta.

À Carolina Silva, que arrumou caixotes e caixotes como quem distribui semilhas na Ribeira Brava.

Ao Gonçalo Guérin, que andou cá e lá e pensava que se safava no Domingo de Páscoa.

Ao Francisco Alves, que não se cansou de bufar, até com a Kiki ao lado, e mesmo assim não perdeu os quilitos que tem de perder.

Ao Mário Silva, a cair de sono para trazer as capas todas para decorar o corredor em tempo recorde. Ao Sérgio Nunes, da gráfica Pointpear, a quem ainda não tive o prazer de agradecer pessoalmente o esforço fantástico para que fosse possível termos pronto aquele corredor.

Aos meus três filhos mais velhos, Mário, António João e Ana, incansáveis.

E, finalmente, porque merecem uma menção especial, ao Miguel Ricardo, ao Miguel Branco e, particularmente, ao Hugo Marques – trabalho de informática (e não só) excecional e quase impossível. 

Eu não acredito em milagres, mas que os há… há!

A toda a redação, porque continuou a trabalhar como se nada se passasse nestes dias sempre difíceis de mudança. Sempre a pensar no leitor.

Há i e “SOL” no Beato!