Era para ser apenas um jogo da Liga Europa mas foi mais do que isso. Uma equipa russa em território turco não podia ser apenas uma partida de futebol. Dmitri Tarasov, jogador russo do Lokomotiv Moscovo, despiu a camisola e mostrou uma t-shirt de apoio a Vladimir Putin.
”O presidente mais educado”, podia ler-se na frase por baixo da cara de um Putin militar. O Lokomotiv perdeu o jogo da primeira mão dos 16 avos-de-final (2-0), mas isso não impediu Tarásov de guardar o gesto político.
A vitória do Fenerbahçe, equipa treinada por Vítor Pereira e onde jogam Nani, Raul Meireles e Bruno Alves, ficou na sombra. Este ato, importante à luz da tensão existente entre a Turquía e a Rússia depois do derrube de um caça russo em novembro do ano passado (segundo Istambul porque o avião teria invadido o espaço aéreo turco), não passou indiferente. Nem à UEFA, que proíbe a exibição em jogos de futebol de símbolos e quaisquer mensagens políticas.
Tarásov pode vir a ser sancionado no mínimo com dez jogos de suspensão, disse ontem fonte da UEFA, citada pela agência de informação desportiva R.Sport. O jogador de 28 anos explicou que o seu gesto foi uma demonstração de apoio a Putin. “É o meu presidente. Respeito-o e decidi mostrar que estou sempre ao lado dele e disposto a defendê-lo. Na t-shirt estava escrito tudo o tenho a dizer”, disse no final do jogo.
O ponto 7 do artigo 14 do regulamento disciplinar da UEFA proibe “todas as formas de propaganda política, ideológica e religiosa”. Mas não foi só o organismo que tutela o futebol europeu a reagir. Igor Lébedev, membro do Comité Executivo da Associação de Futebol Russa, não gostou: “O patriotismo é no campo e não na camisola. Uma vitória por 3-0 sobre os turcos tinha sido uma demonstração mais elevada de patriotismo. Só posso agradecer pelo gesto estúpido”.