Mar e mais mar


Já não é novidade nenhuma a quantidade desmesurada de plástico que reside nos oceanos em quase todos os cantos do mundo.


A novidade hoje passa pelos efeitos pesadíssimos que essa realidade tem na fauna marítima e fora dela. Estima-se que em 2050 haverá mais lixo no mar do que peixes e se por cá, nalgumas zonas de praia como Carcavelos e restantes da linha, ou outras da Costa da Caparica, nos deparamos já hoje em dia – com autênticas manchas de porcaria ainda ao pé da arrebentação, não parece que a situação há-de melhorar para 2050. Mas se grande parte desse plástico acaba por chegar mais cedo ou mais tarde à terra, muito dele acaba também na barriga de metade das tartarugas marinhas e de quase todas as aves marinhas – existentes no planeta.

 Algumas das soluções para atacar este problema com efeitos devastadores passam pela implementação de incentivos para se reunir o desperdício e reciclá-lo. A consciencialização para outros factores óbvios e que não são de hoje, terão que ser continuamente estimulados. Tal como a utilização de embalagens mais eficientes, reutilizáveis, e com elas melhorar as infra estruturas para que menos lixo deslize através do sistema para dentro do mar.

Por razões óbvias, isto deveria ser uma causa nacional. Qualquer retrato do que foi, é, e será Portugal enquanto país no futuro terá sempre de partir do axioma de uma nação grandemente marítima. Se esta realidade é hoje assimilada e analisada de forma delicada em nações que o são muito menos, não deixa de causar confusão não ter existido qualquer menção a ela na campanha presidencial. Como em todo o segundo mandato de Cavaco Silva.

Do discurso edificante do professor Marcelo Rebelo de Sousa ontem, faltou falar de alguma da riqueza do país. De desígnios comuns. Faltou a palavra, “mar.” Com ela também – o constatar desta ameaça global que nos pode afectar mais a nós do que a outros. Pouco serve um presidente que vê as limitações da constituição como se de um código civil se tratasse à boa maneira cavaquense. Ou um constante provedor da Santa Casa da Misericórdia que também encontrará os seus limites. O país precisa de desígnios nacionais. Este é muito provavelmente o maior e mais relevante deles todos. Não só pelo que esta ameaça representa e o que deve ser feito para minimizar os seus efeitos, mas também pelas oportunidades (por onde andam as implementações do estudo do professor Ernâni Lopes?) que o mar nos dá enquanto país e que continuam a ser mal aproveitadas. Pela primeira vez de há muito tempo a esta parte, temos alguém em Belém que pode liderar este desígnio da forma que ele merece. Que o faça.   


Mar e mais mar


Já não é novidade nenhuma a quantidade desmesurada de plástico que reside nos oceanos em quase todos os cantos do mundo.


A novidade hoje passa pelos efeitos pesadíssimos que essa realidade tem na fauna marítima e fora dela. Estima-se que em 2050 haverá mais lixo no mar do que peixes e se por cá, nalgumas zonas de praia como Carcavelos e restantes da linha, ou outras da Costa da Caparica, nos deparamos já hoje em dia – com autênticas manchas de porcaria ainda ao pé da arrebentação, não parece que a situação há-de melhorar para 2050. Mas se grande parte desse plástico acaba por chegar mais cedo ou mais tarde à terra, muito dele acaba também na barriga de metade das tartarugas marinhas e de quase todas as aves marinhas – existentes no planeta.

 Algumas das soluções para atacar este problema com efeitos devastadores passam pela implementação de incentivos para se reunir o desperdício e reciclá-lo. A consciencialização para outros factores óbvios e que não são de hoje, terão que ser continuamente estimulados. Tal como a utilização de embalagens mais eficientes, reutilizáveis, e com elas melhorar as infra estruturas para que menos lixo deslize através do sistema para dentro do mar.

Por razões óbvias, isto deveria ser uma causa nacional. Qualquer retrato do que foi, é, e será Portugal enquanto país no futuro terá sempre de partir do axioma de uma nação grandemente marítima. Se esta realidade é hoje assimilada e analisada de forma delicada em nações que o são muito menos, não deixa de causar confusão não ter existido qualquer menção a ela na campanha presidencial. Como em todo o segundo mandato de Cavaco Silva.

Do discurso edificante do professor Marcelo Rebelo de Sousa ontem, faltou falar de alguma da riqueza do país. De desígnios comuns. Faltou a palavra, “mar.” Com ela também – o constatar desta ameaça global que nos pode afectar mais a nós do que a outros. Pouco serve um presidente que vê as limitações da constituição como se de um código civil se tratasse à boa maneira cavaquense. Ou um constante provedor da Santa Casa da Misericórdia que também encontrará os seus limites. O país precisa de desígnios nacionais. Este é muito provavelmente o maior e mais relevante deles todos. Não só pelo que esta ameaça representa e o que deve ser feito para minimizar os seus efeitos, mas também pelas oportunidades (por onde andam as implementações do estudo do professor Ernâni Lopes?) que o mar nos dá enquanto país e que continuam a ser mal aproveitadas. Pela primeira vez de há muito tempo a esta parte, temos alguém em Belém que pode liderar este desígnio da forma que ele merece. Que o faça.