Segundo o governador da cidade, Miftah Lahmadi, o camião explodiu numa altura em que o campo de treino se encontrava cheio de recrutas que estariam a realizar exercícios. A explosão teve um impacto tal que foi ouvida a mais de 60 quilómetros do local.
O ataque foi condenado pelo enviado das Nações Unidas na Líbia, Martin Klober, através das redes sociais. “Condeno severamente o atentado suicida que aconteceu hoje [ontem] em Zliten e chamo urgentemente todos os líbios a unirem-se para lutar contra o terrorismo”, escreveu Klober.
Apesar de, até ao fecho desta edição, o ataque não ter sido reivindicado, a explosão foi uma das mais mortais desde que se notou um aumento da presença de militantes islâmicos, depois da queda de Muammar Kadhafi, em 2011.
O ataque tem sido atribuído ao grupo terrorista Estado Islâmico, uma vez que o EI tem feito uma ofensiva para tentar controlar os campos de petróleo na Líbia.
Estado de emergência Devido ao ataque, o ministério líbio da Saúde de um dos vários governos existentes no país declarou estado de emergência, apelando a todos os hospitais em Trípoli, capital líbia – a 160 quilómetro a oeste de Zliten -, para que se preparassem para receber vários feridos.
Com o enorme número de vítimas que chegavam ao hospital, foram pedidas doações de sangue aos moradores, avançou a agência de notícias Lana.
Instabilidade política
Quatro anos depois da morte de Kadhafi, a Líbia tem passado por momentos de grande instabilidade política em que se têm registado também conflitos armados.
Neste momento existem dois governos na Líbia: um está sediado na capital e o outro, reconhecido internacionalmente, em Tobruk.
No passado mês de dezembro, os dois governos assinaram um acordo mediado pela ONU com o objetivo de formar um único governo. Contudo, até agora, esse acordo ainda não foi implementado.
Com a instabilidade política, grupos terroristas como o Estado Islâmico e a Al-Qaeda aproveitam para ganhar território. Em novembro, o EI assumiu o controlo da localidade estratégica de Sirte.