Mou Sempre No Topo


Recuemos no tempo e lembremo-nos do que se passou ainda em 2007: após alguns desentendimentos, Roman Abramovich decidiu forçar a saída de José Mourinho do Chelsea concluindo algo que outros pensavam na altura – os créditos que lhe eram atribuídos e que chamava a si pelos títulos no clube, eram exagerados. 


Outros conseguiriam o mesmo. Só que o que se seguiu demonstrou que não e nem perto chegaram. Anos mais tarde o erro foi corrigido e o treinador português regressou.  Até esta época os resultados foram uma vez mais, os melhores. Tal como foram quase sempre em quinze anos de carreira dificilmente igualáveis no sucesso. Os adeptos sabem disso e por isso ainda este fim-de-semana o seu nome ecoava enquanto no relvado os jogadores e alguns “ratos” mostravam outra face, ganhando ao Sunderland. A história de Mou que a mim me interessa não é de como falha estrondosamente nesta época mas sim – a de como se aguenta tanto tempo a ganhar tanto e em vários países. E a reinvenção que se seguirá para procurar continuar a fazê-lo. Porque ao contrário de muitos e ainda com os resultados da época passada em mente, não me parece que esteja em queda, e se os próximos dez anos significarem metade da taxa de sucesso destes últimos – possivelmente estaremos a falar do melhor de sempre.     

O outro lado do génio de Mou – agigantado desde logo quando acabado de aterrar em Inglaterra se auto intitula de “special one” -cria um dos caracteres que mais divisões vive no desporto. Diz-se que procura os holofotes (traduzido também em declarações ou ataques mais ou menos ferozes) para retirá-los dos seus jogadores e assim protegê-los das distracções de uma cultura de celebridade. Convive mal com primma donna’s e egos que possam enfraquecer de alguma maneira o colectivo. Cultiva também uma mentalidade de underdog na sua equipa em que árbitros, imprensa, e praticamente o mundo inteiro está ali para os derrubar. Funcionou quase sempre para os seus propósitos profissionais mas nem sempre, ou muito pouco, para a imagem pessoal que passava. Dos insultos às tomadas de posição e atitudes muitas vezes incoerentes ficou refém também por isso, de uma maior vulnerabilidade aos olhos de muitos. The price you pay num mundo do futebol que disse cedo não ser o seu e no qual se mostra também distante em relação a muitas coisas.

Estes ingredientes não conjugam com estadias de longa duração Talvez tenha sido esse o seu maior erro neste último contrato com o Chelsea. Falou em implementar uma filosofia. Falou também nas camadas jovens e no futuro do clube nos próximos dez a quinze anos. E eu que já me habituei a vê-lo em tanto local diferente conduzindo um futebol mais ou menos ofensivo e defensivo consoante a necessidade, só lhe conheço uma filosofia: ganhar. Chegar, ganhar durante três ou quatro anos e saltar. É essa capacidade de vencer com qualquer mudança que o tornou realmente “special” como nenhum outro hoje porque todavia, ainda falta uma etapa para Guardiola provar o mesmo. Resta-nos a dúvida de quem ganhará mais daqui em diante e como…

Mou Sempre No Topo


Recuemos no tempo e lembremo-nos do que se passou ainda em 2007: após alguns desentendimentos, Roman Abramovich decidiu forçar a saída de José Mourinho do Chelsea concluindo algo que outros pensavam na altura – os créditos que lhe eram atribuídos e que chamava a si pelos títulos no clube, eram exagerados. 


Outros conseguiriam o mesmo. Só que o que se seguiu demonstrou que não e nem perto chegaram. Anos mais tarde o erro foi corrigido e o treinador português regressou.  Até esta época os resultados foram uma vez mais, os melhores. Tal como foram quase sempre em quinze anos de carreira dificilmente igualáveis no sucesso. Os adeptos sabem disso e por isso ainda este fim-de-semana o seu nome ecoava enquanto no relvado os jogadores e alguns “ratos” mostravam outra face, ganhando ao Sunderland. A história de Mou que a mim me interessa não é de como falha estrondosamente nesta época mas sim – a de como se aguenta tanto tempo a ganhar tanto e em vários países. E a reinvenção que se seguirá para procurar continuar a fazê-lo. Porque ao contrário de muitos e ainda com os resultados da época passada em mente, não me parece que esteja em queda, e se os próximos dez anos significarem metade da taxa de sucesso destes últimos – possivelmente estaremos a falar do melhor de sempre.     

O outro lado do génio de Mou – agigantado desde logo quando acabado de aterrar em Inglaterra se auto intitula de “special one” -cria um dos caracteres que mais divisões vive no desporto. Diz-se que procura os holofotes (traduzido também em declarações ou ataques mais ou menos ferozes) para retirá-los dos seus jogadores e assim protegê-los das distracções de uma cultura de celebridade. Convive mal com primma donna’s e egos que possam enfraquecer de alguma maneira o colectivo. Cultiva também uma mentalidade de underdog na sua equipa em que árbitros, imprensa, e praticamente o mundo inteiro está ali para os derrubar. Funcionou quase sempre para os seus propósitos profissionais mas nem sempre, ou muito pouco, para a imagem pessoal que passava. Dos insultos às tomadas de posição e atitudes muitas vezes incoerentes ficou refém também por isso, de uma maior vulnerabilidade aos olhos de muitos. The price you pay num mundo do futebol que disse cedo não ser o seu e no qual se mostra também distante em relação a muitas coisas.

Estes ingredientes não conjugam com estadias de longa duração Talvez tenha sido esse o seu maior erro neste último contrato com o Chelsea. Falou em implementar uma filosofia. Falou também nas camadas jovens e no futuro do clube nos próximos dez a quinze anos. E eu que já me habituei a vê-lo em tanto local diferente conduzindo um futebol mais ou menos ofensivo e defensivo consoante a necessidade, só lhe conheço uma filosofia: ganhar. Chegar, ganhar durante três ou quatro anos e saltar. É essa capacidade de vencer com qualquer mudança que o tornou realmente “special” como nenhum outro hoje porque todavia, ainda falta uma etapa para Guardiola provar o mesmo. Resta-nos a dúvida de quem ganhará mais daqui em diante e como…