Governo e sindicato fazem último esforço para evitar greve do metro

Governo e sindicato fazem último esforço para evitar greve do metro


Os maquinistas do Metropolitano de Lisboa prometem entrar em greve já na quarta-feira. As negociações entre os sindicatos de transportes e Ministério do Ambiente começam hoje.


Após a entrega de um pré-aviso de greve parcial dos trabalhadores do Metropolitano de Lisboa (ML) que se poderá prolongar por seis dias, os sindicatos reúnem hoje às 10h00 com o Ministério do Ambiente. Em cima da mesa estará não só o modelo de organização de trabalho da empresa como a falta de maquinistas. Esta será a primeira prova de fogo para a pasta dirigida por Matos Fernandes, apesar dos sindicatos garantirem que as greves foram pensadas e decididas antes da tomada de posse do novo governo.

“O problema fundamental é a falta de trabalhadores”, disse ao i Anabela Carvalheira, da Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações (Fectrans). Segundo a dirigente sindical, “há muito tempo que o metro tem de falta de trabalhadores em todas as áreas operacionais, particularmente nas áreas dos maquinistas”. De acordo com a responsável, os “acordos dos trabalhadores com a empresa no que respeita quer aos horários das entradas dos maquinistas quer à forma como os mapas estão a ser organizados não estão a ser cumpridos”. Por outro lado, os trabalhadores do metro estão preocupados com as férias. “As férias são um direito e a empresa está a tentar torná-las num mérito, ao elencar padrões para decidir se vai este ou aquele trabalhador de férias. E isso não pode acontecer”, denuncia.

Para os sindicatos, a greve só será desconvocada caso “se suspenda este modelo de trabalho” e se “iniciem de imediato as negociações”. Uma das medidas essenciais é, na opinião de Anabela Carvalheira, “a contratação de mais maquinistas”.

Caso não se chegue a acordo, as greves parciais iniciam-se já na quarta-feira (dia 9 de Dezembro), podendo prolongar-se até dia 14. Os maquinistas farão greve nas três primeiras horas de cada turno de serviço durante todo o período de funcionamento do ML, ou seja, entre as 06h30 e a 01h00. O tribunal arbitral do Conselho Económico e Social (CES) optou por não decretar serviços mínimos nem para a circulação de composições nem quanto à segurança do equipamento e instalações.

Desde o início do ano, houve oito greves dos trabalhadores do ML. A última paralisação, em Junho, fechou o transporte durante 24 horas em protesto contra a subconcessão do ML à empresa espanhola Avanza. Os contratos de subconcessão do ML e da Carris foram assinados a 23 de Setembro pelo anterior governo e pela Avanza, mas já foram duas vezes devolvidos pelo Tribunal de Contas ao Metropolitano de Lisboa e à Carris.