A morte de Beatriz da Conceição deixou o mundo do fado de luto. São muitos os nomes da nova geração para quem foi uma forte referência. Aldina Duarte, por exemplo, revelou, em diversas ocasiões, que foi depois de a ouvir cantar que desejou ser fadista. Mafalda Arnauth homenageou-a interpretando o tema de Max “Pomba branca”, no seu disco “Flor de Fado” e Ana Moura convidou-a para o concerto no Coliseu dos Recreios, em Junho de 2008, para interpretar o seu “clássico” “Meu Corpo”, um concerto que foi posteriormente editado em DVD.
O tema, criado por José Carlos Ary dos Santos e Fernando Tordo, foi, de resto, usado por vários artistas para homenagear a fadista no dia da sua morte.
Ana Moura recupera, na sua página do Facebook, o momento em que as duas o cantaram, no concerto de 2008 no Coliseu. A fadista, que lança amanhã o seu novo disco, faz acompanhar o vídeo de um texto onde recorda Beatriz da Conceição e o que ela significou no mundo do Fado. “Hoje perdemos A Fadista: Beatriz da Conceição. Provavelmente ninguém encarnou melhor o papel do que é o Fado e do que significa ser Fadista que a Bia. Figura linda e elegante, mulher estilosa e vaidosa, personalidade vincada, as mãos cheias de anéis e de histórias e com olhar desconcertante. Viveu sempre no limite. Por isso conhecia tão bem a vida e as suas fascinantes, mas perigosas, margens”, descreve Ana Moura, que afirma ter perdido mais do que uma referência. “Perdi, para lá da cantora, uma amiga, uma mentora, um farol. Ainda consegui a honra de a ter como minha convidada no Coliseu, em 2008, momento que jamais irei esquecer. Paz à sua Alma.”
Também na mesma rede social, Aldina Duarte colocou um vídeo da fadista a interpretar esse tema com a legenda “Obrigada, Beatriz…Para sempre”. A mesma canção foi escolhida por Mafalda Arnauth, que, nas palavras que dedica à fadista, refere tantas vezes ter ouvido o mesmo fado. “Das mais impressionantes Pessoas com quem podemos cruzar, pela radical incondicionalidade de ser exactamente quem era. Genuína, impertinente, incómoda, ácida, duríssima, divertida e tão, tão pessoa, humana e imperfeita”, escreve Mafalda Arnauth, na sua página do Facebook, acrescentando que o que o génio de Beatriz da Conceição “nos transmitiu em verdade e transparência e os arrepios que nos provocou em tantos fados que, mais do que cantar, viveu, não é para todos…”
“Obrigado Bia” ou “Até sempre 'Madrinha'" foram as palavras escolhidas por Camané e Ricardo Ribeiro para homenagear a fadista.
Beatriz da Conceição, morreu hoje, aos 76 anos, no Hospital S. José, em Lisboa.