Uma combinação de erros humanos e técnicos terá provocado o ataque dos Estados Unidos a um hospital dos Médicos Sem Fronteiras (MSF) que fez 30 mortos, em Outubro, em Kunduz, no Afeganistão. Estas são as conclusões de uma investigação interna do Pentágono cujos resultados foram divulgados na quarta-feira.
O bombardeamento ao hospital de Kunduz foi "resultado de um erro humano evitável, agravado por falhas de processos e equipamentos", disse John Campbell, o general que comanda as tropas norte-americanas no Afeganistão, em comunicado de imprensa.
De acordo com a mesma investigação, a tripulação do helicóptero armado AC-130 teria confundido o hospital com um prédio do governo que teria sido dominado por talibãs. "Foi um erro trágico. As forças-norte americanas nunca iriam atacar intencionalmente um hospital ou outras instalações protegidas", garantiu o general.
A aeronave americana terá identificado o edifício com base numa descrição visual fornecida pelas forças afegãs. "Tragicamente, essa identificação errada continuou durante a restante operação, embora houvesse alguns indicadores contraditórios", completou Campbell.
Os militares que estiveram envolvidos no bombardeamento já foram suspensos e, segundo Campbell, estão a ser analisadas as medidas disciplinares e administrativas a aplicar.
O caça americano disparou contra o edifício dos MSF durante 25 minutos.
À data do ataque, considerado pela organização um "crime de guerra", foram iniciadas pelo menos três investigações ao acidente, a cargo da NATO, dos Estados Unidos e das forças afegãs.
Para já, o exércioto norte-americano não parece disposto a aceitar uma investigação independente ao caso, como exigido pelos MSF.