The Player. Wesley Snipes  tem licença para quase tudo

The Player. Wesley Snipes tem licença para quase tudo


O homem regressa para ser estrela de TV.Continua a ser um tipo tramado mas há mais para descobrir. A partir de hoje no AXN. 


O CSI despediu-se de Las Vegas (entre nós aconteceu precisamente há uma semana, num episódio de hora e meia), mas a Meca do jogo continua a ser território fértil para a ficção. “The Player”, a nova série da NBC, que se estreia hoje em Portugal, às 22h15, no canal de cabo (deveríamos dizer fibra?) AXN, leva-nos ao mundo das apostas e coisas relacionadas. Também aqui há crimes, mas a lógica é diferente. Desde logo porque temos Wesley Snipes no papel de vilão (aparentemente), num papel que marca o regresso em grande do actor, desta vez no pequeno ecrã – naquela que é considerada a sua estreia em televisão – e não no cinema como nos habituámos a ver.

Fez carreira, sobretudo, nos blockbusters e com particular sucesso anos 90, como são exemplos os filmes “Rei de Nova Iorque”, “Passageiro 57”, “Homem Demolidor” ou “Adepto Fanático”, ao lado de Robert de Niro. Mas Wesley Snipes estará sobretudo na memória de muitos como “Blade”, personagem de uma trilogia que, na entrada para o novo século, deu outro fôlego ao seu percurso. O vampiro-humano caçador de koutros pequenos dráculas em potência, ou “o diurno”, como era apelidado pelas criaturas nocturnas às quais não dava tréguas, é talvez a última grande personagem de relevo que o actor representou. 

Na entrada da primeira década de 2000, a sua carreira ressentir-se-ia da condenação a três ano de prisão por evasão fiscal e alguns papéis, inicialmente pensados para si, foram parar a outros actores, como aconteceu com a personagem Hale Ceaser, de “Os Mercenários”, que viria a ser interpretada por Terry Crews. Wesley Snipes entraria no terceiro filme da saga, em 2014, mas no papel de Doc.

No thriller de acção que envolve o mundo do jogo de Las Vegas, Snipes é Mr. Johnson, um homem misterioso e elegante que está por detrás de uma organização sombria de magnatas cujas apostas vão muito além das habituais mesas de casino. O actor divide o ecrã com Philip Winchester, que interpreta Kane, um antigo agente das coisas do policiamento que trabalha como segurança privado e que é recrutado por Johnson para impedir crimes no perverso jogo que este gere com Charity Wakefield (Cassandra King), intermediária de apostas. 

Ao contrário de “Blade”, um herói pouco complexo que assume inequivocamente um dos lados na luta do bem contra o mal, a nova personagem de Wesley Snipes é bem mais complexa e revela uma mudança de registo que tem gerado críticas favoráveis. O desempenho do actor é, de resto, apontado como um dos principais pontos fortes de “Player” sendo muitas vezes comparado a James Spader, na série “The Blacklist”, ou não fossem um dos criadores da primeira (John Fox) produtor da segunda.

“The Player” promete mistério, mas também muita acção. Uma história onde as apostas são apenas uma pequena peça de um puzzle que é parte de um jogo muito maior. Como é que tem sido recebido nos EUA? Digamos que já se viram séries com críticas mais favoráveis, mas depois há aquela frase que diz que gostos não se discutem e ficamos conversados. Ou mais ou menos, vá.