O Presidente da República recebeu hoje 50 alunos acompanhados pela Associação de Empresários pela Inclusão Social, que considerou uma “resposta extraordinária” ao seu primeiro discurso na Assembleia da República como Chefe de Estado.
A Associação de Empresários pela Inclusão Social (EPIS) desenvolve programas de combate ao abandono escolar, acompanhando sobretudo jovens com carências económicas, sociais e familiares, segundo o seu presidente, António Pires de Lima.
“Não esqueço que [a criação da EPIS] foi uma das primeiras respostas a um discurso que eu fiz em [25 de] abril de 2006. Foi o primeiro discurso que fiz como Presidente na Assembleia da República. E fiz um apelo para a inclusão social, para a mobilização da sociedade portuguesa, para apoiar todos aqueles que estão em dificuldade, incluindo aqueles que têm insucesso escolar ou que abandonam precocemente a escola. E foi uma resposta extraordinária da parte de cerca de 100 empresas e empresários”, disse Cavaco Silva durante a passagem do grupo da EPIS pelos jardins do Palácio de Belém.
Para Pires de Lima, “com o correr do tempo”, este projeto “ainda se tornou mais necessário”, considerando que Cavaco Silva foi “visionário” e “fez muito bem em alertar os empresários” para o problema da exclusão social.
O Presidente da República e a mulher, Maria Cavaco Silva, conversaram com vários dos estudantes, interessando-se pela sua origem, pelos seus projetos e pelos colaboradores das empresas associadas da EPIS que os apoiaram no percurso escolar e os ajudam a fazer opções de futuro.
O grupo que hoje esteve na residência oficial do Presidente da República integrava os estudantes com melhor progressão escolar no último ano letivo e a visita a Cavaco Silva fez parte da “Rota das Vocações de Futuro”, que os leva a contactar com empresas e a conhecer profissões.
O presidente da EPIS aproveitou a ocasião para anunciar um novo programa da associação que tem como objetivo promover, até ao final do próximo ano, 200 estágios “de inserção profissional” de seis meses a jovens que acabem o 9.º ano.
Os estagiários, afirmou, ganharão o salário mínimo nacional, sendo metade pago pela EPIS e o restante pela empresa que os acolhe. Pires de Lima sublinhou a importância deste novo projeto no contexto do aumento do desemprego jovem, merecendo a concordância de Cavaco Silva: “É muito importante nos tempos que correm”, afirmou o PR.
Pires de Lima sublinhou que, desde 2007, a associação já apoiou cerca de 10.000 jovens que estavam “provavelmente condenados a um futuro de exclusão social porque nem sequer iriam fazer o 9.º ano”.
Os resultados da EPIS, acrescentou, devem-se ao empenho das 200 empresas que colaboram com a associação que além de contribuírem com dinheiro para financiar projetos de combate ao abandono escolar, dão algo que tem especial valor: “O tempo dos seus colaboradores”, que se voluntariam para acompanharem os estudantes.
Além dos 50 estudantes acompanhados pela EPIS, outro grupo de jovens apoiados pela Fundação Rocha dos Santos visitou também hoje Cavaco Silva.
Neste caso, explicou o vice-presidente da fundação, Francisco Van Zeller, trata-se de alunos com muito bons resultados, mas sem meios económicos para prosseguirem estudos. A Fundação dá-lhes bolsas e acompanha-os nas suas opções com vista ao futuro profissional.