TAP interpõe providência cautelar para suspender greve dos pilotos


 


 

A administração da TAP interpôs na segunda-feira uma providência cautelar para suspender a greve dos pilotos, cujo início está previsto para quinta-feira, mas ainda não obteve resposta, afirmou hoje à Lusa fonte oficial da empresa.

Segundo a mesma fonte, a providência cautelar pretende que a greve dos pilotos “seja considerada ilícita”.

O Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil (SPAC) entregou a 21 de junho o pré-aviso para uma greve entre 05 e 08 de julho e 01 e 05 de agosto, tendo o presidente do SPAC justificado a decisão com um "clima de intimidação” para contornar “práticas de gestão deficitárias”, como a falta de pilotos.

A TAP defende que as greves planeadas deverão provocar o cancelamento de 97 por cento dos voos programados, ou seja, 2.070 voos, afetando 307 mil passageiros.

Na terça-feira, o Tribunal Arbitral decidiu que a TAP terá de realizar, durante a greve marcada para nove dias, os voos de regresso a Portugal, os voos de e para as Regiões Autónomas, além de vários para Angola, Brasil, França e Suíça.

A decisão foi anunciada pelo Conselho Económico e Social na sequência de uma reunião realizada na segunda-feira para determinar os serviços mínimos durante a greve dos pilotos da TAP, anunciada para os dias 05 a 08 de julho e 01 a 05 de agosto.

O processo de arbitragem tornou-se obrigatória depois de o Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil e a administração da empresa não terem conseguido chegar a acordo.

O Tribunal Arbitral decidiu, por unanimidade, terem que ser realizados os voos de regresso direto ao território nacional, para Lisboa ou Porto, em todos os nove dias de greve, além de todos os voos de emergência ou transporte de feridos, militares e os de Estado, assim como as viagens de e para as Regiões Autónomas dos Açores e Madeira.

Os serviços mínimos incluem ainda voos diários de ligação ao Brasil, França Angola e Suíça.

Caso a greve dos pilotos avance, o Conselho de Ministros admite discutir na quinta-feira a hipótese de fazer uma requisição civil, afirma o Diário Económico de hoje.

O jornal refere ainda que o presidente da TAP, Fernando Pinto, estima que a paralisação custe à empresa cerca de 65 milhões de euros.