O primeiro centro comercial online do mundo é português


O conceito é simples: permitir uma visita a um shopping físico sem sair de casa, bastando um clique para fazer compras. A ideia foi desenvolvida pela empresa portuguesa ClubeFashion, conhecida como site de descontos em marcas de roupa, restaurantes e hotéis. “Ao longo do tempo, as marcas foram–nos desafiando para estarem mais tempo presentes online,…


O conceito é simples: permitir uma visita a um shopping físico sem sair de casa, bastando um clique para fazer compras. A ideia foi desenvolvida pela empresa portuguesa ClubeFashion, conhecida como site de descontos em marcas de roupa, restaurantes e hotéis.

“Ao longo do tempo, as marcas foram–nos desafiando para estarem mais tempo presentes online, visto que no nosso site apenas entravam uma semana por estação em formato de venda flash”, explica ao i o director-geral do BrandsBreeze, Miguel de Almeida Diniz. A construção da plataforma online surgiu em 2011 e demorou cerca de seis meses, com um investimento de 200 mil euros. Em Novembro de 2011, o BrandsBreeze abriu as primeiras lojas online e em apenas seis meses conta com meio milhão de pessoas inscritas. Hoje o projecto é apresentado oficialmente.

“O utilizador entra na loja, vê o produto, compara-o e adquire-o, chegando o mesmo a sua casa em 48 horas”, sublinha Almeida Diniz. Cada marca é responsável pela sua loja e realiza as promoções que entender, mas todas participam nas épocas de saldos e nas novidades em comum que o centro apresenta regularmente.

Em Portugal, o cliente pode pagar por cartão de crédito ou multibanco e em Espanha a empresa disponibiliza o sistema Paypal. “O sistema de transporte da encomenda é variável, existindo lojas que não cobram portes, outras que oferecem esse serviço quando as compras são acima de um determinado valor e outras que cobram um valor fixo que ronda os quatro ou cinco euros para qualquer zona da Península Ibérica”, frisa Almeida Diniz.

Lanidor, Quebramar, Throttleman, Parfois, O Boticário e Puma são apenas algumas das marcas nacionais e estrangeiras disponíveis para todos os utilizadores de internet dentro da Península Ibérica. “Neste momento temos 24 lojas activas e seis prestes a abrir. Este número irá aumentar ainda durante esta estação e prevemos terminar o ano com cerca de 70 lojas activas”, afirma Almeida Diniz.

O director-geral garante que o objectivo não é chegar às 500 lojas que existem em alguns centros comerciais em Portugal e Espanha, mas sim às 100 ou 150 lojas, que “explorem vários segmentos de moda e não moda e onde a presença das marcas por segmento seja equilibrada sem que haja canibalização de vendas de loja para loja”.

Contudo, a política de angariação é bastante selectiva, o que leva a que o BrandsBreeze se interesse por ter como parceiros “marcas de referência em cada segmento”. “A relação entre a entidade gestora do shopping e o lojista baseia-se em partilha de receitas e de sucesso, logo só será rentável para ambas as partes se a marca tiver uma boa capacidade comercial e inclusive se já a trabalharmos online através do nosso site, onde conseguimos ter um histórico do seu potencial comercial”, afirma o responsável.

Como tal, é a entidade gestora que faz o convite às marcas. “Interessa-nos ter as cinco principais marcas de cada segmento e não as dez primeiras, porque isso pode levar à tal canibalização de vendas, ou as dez seguintes, porque não vão vender o que se pretende e a relação com as marcas pode ficar comprometida. No entanto, temos recebido muitos contactos proactivos de marcas e distribuidores ibéricos, que temos analisado com muita atenção e dado seguimento aos que entendemos que podem funcionar neste formato de negócio.”

Internacionalização Para os próximos passos a palavra de ordem é crescer e o projecto terá duas fases distintas: a primeira passará por uma “implantação agressiva” na Península Ibérica, com fortes investimentos em marketing e campanhas internas no centro comercial que incentivem as pessoas a experimentar a compra. “O objectivo é mudar os modos de compra e as mentalidades, para que as pessoas percebam que podem adquirir os mesmos produtos, mas no conforto de sua casa, sem terem de se deslocar e meter nas confusões dos shoppings físicos”, explica o director-geral.

Segundo Almeida Diniz, em média cada pessoa perde duas horas em centros comerciais físicos para além do tempo que despende de casa ao shopping, a estacionar, e a ir do shopping para casa. “Estaremos ainda atentos na plataforma a novos formatos de apresentação do produto e de navegação dentro do shopping porque o objectivo é criar uma forma fácil e cómoda de compra que permita uma experiência positiva e fidelize o cliente”, afirma.

A segunda fase da iniciativa é alargar o shopping a outros mercados, estando previstos neste momento o mercado alemão e o inglês. “Esperamos chegar já em 2012 a um destes dois mercados, embora estejam os dois a ser desenvolvidos em paralelo. Também estamos a preparar a entrada no mercado norte-americano em 2013”, explica o responsável.