Fora de casa, o Porto é uma máquina de fazer golos. Pelo menos desde o 2-0 doAtlético em Madrid (Dezembro-2013). A saber: três em Frankfurt, dois em Nápoles, um emSevilha, outro em Lille, dois em Lviv, mais dois em Bilbau, um em Basileia, um em Munique e dois em Kiev. Contas feitas, 15 golos em nove jogos. É muita fruta.
Segue-se o Maccabi.Com golo? Si, por supuesto. Na era Julen Lopetegui, o Porto marca sempre sempre sempre, sem excepção. É só dizer e os homens fazem o serviço. Quer dizer, nem todos. Desta vez, em Israel, não há Brahimi. Está lesionado, dizem. Como lesionado está Halliche (argelino como Brahimi) na visita da Académica a Israel, em 2012. Coincidências.
O conflito israelo-árabe leva a que os israelitas joguem na UEFA, pela impossibilidade da deslocação da selecção (e clubes) de Israel aos países árabes da região. Ora é precisamente a questão política a de maior peso. Porque a Argélia é constitucionalmente um país árabe e adere à causa palestiniana. Isso deixa argelinos com uma dúvida existencial ao nível de Shakespeare, do tipo jogar ou não jogar, eis a questão. Halliche não joga, Brahimi também não.
“Além do Brahimi, o Maicon e o Osvaldo estão lesionados. Temos de focar-nos nos jogadores que trouxemos”, Julen Lopetegui
É a segunda situação política na UEFA em 2015-16. Há três semanas, oDortmund aterra no Azerbaijão com um titular a menos. É Henrikh Mkhitaryan, arménio de nacionalidade. O problema está em Nagorno-Karabach, um território azeri habitado por arménios. De 1980 a 1994, a guerra mata 30 mil pessoas.
O cessar–fogo nada resolve, a guerrilha continua até hoje. Ainda por cima, Mkhitaryan já acumulara três visitas a Nagorno-Karabach, facto que o inclui numa lista de personas non gratas. A ausência nem se faz sentir por aí além e oDortmund ganha tranquilamente 3-1.
“Que título daria ao percurso do Porto? Títulos só nas finais. Sou muito mau jornalista, isso fazem-no bem vocês”, Julen Lopetegui
Avance-se no tempo, recue-se no texto e aí está o Maccabi-Porto de volta. Em Telavive? Não, isso não. Nenhum clube português sabe ganhar nem sequer marcar por lá: 270 minutos de bola e zero golos entre Boavista de Pacheco (1-0 do Maccabi), Benfica de Jesus (3-0 do Hapoel) e Académica de Emanuel (2-0 do Hapoel). Uffff, o jogo é em Haifa.
“Seria bonito ganhar um troféu europeu. Esse é o objectivo, o sonho de qualquer jogador”, Maxi Pereira
Ainda bem? Nem por isso. Continua muito presente o zero (0-0 do Sporting de Queiroz). Portanto, Maccabi-Porto em Haifa, campo neutro. Fácil mais fácil não há. Como diria Lopetegui sobre a Taça de Portugal (Vianense-Benfica em Barcelos, Vilafranquense-Sporting noEstoril e Varzim-Porto na Póvoa), “é mais fácil jogar num campo neutro.”
Maccabi-Porto às 19h45 na SportTV 1
