Lisboa, 20 out (Lusa) — Nove meses após a rebelião popular que derrubou o regime do ex-Presidente Zine El Abidine Ben Ali, cerca de sete milhões de tunisinos elegem domingo uma Assembleia Constituinte com 217 deputados, etapa decisiva no processo de democratização do país magrebino.
A imolação em 17 de dezembro de Mohamed Bouazizi, jovem vendedor ambulante de Sidi Bouzid, uma cidade deserdada do centro do país, implicou 28 dias depois a queda de um regime que se julgava incólume e deu início à designada “primavera árabe”.
Apoiado pelas potências ocidentais pela sua presumível função de entrave à expansão do islamismo e garante do “milagre económico” tunisino, o segundo presidente da Tunísia independente e sucessor de Habib Bourguiba — poder que exerceu sem partilha durante 23 anos –, e parte do clã familiar acabaram por fugir do país em 14 de janeiro em direção à Arábia Saudita.