A NOTÍCIA Órgãos de comunicação social europeus noticiaram ontem que o antigo ministro das Finanças grego levava 60 mil euros por conferência. A notícia tinha como base o jornal de direita grego “Proto Thema” . A acompanhar a peça vinham mais linhas a afirmar que o académico só viajava em executiva e comia em bons restaurantes.
O DESMENTIDO Yanis Varoufakis usou o seu blogue para desmentir a “notícia”. Afirma que desde que saiu do governo tem usado o seu tempo a espalhar “a Primavera grega pelo coração da Europa” e que, das mais de 20 conferências que fez, poucas foram aquelas por que foi remunerado. Varoufakis divulgou a lista de debates, conferências e entrevistas, os honorários que recebeu e o custo dos seus bilhetes de avião. Para ele, a intenção destas notícia é cristalina: “Isto significou viagens sem fim e mais de 20 presenças em diversas cidades europeias, em poucos meses”. Varoufakis acusa a “imprensa amiga da troika” de querer denegrir a sua acção, porque “nada incomoda mais os poderes de Bruxelas, Frankfurt, etc., do que a revelação do seu profundo desprezo pelos princípios e a prática democrática”.
PRESO POR TER CÃO Rapidamente, a questão deixou de ser os exorbitantes honorários do ex-ministro das Finanças grego, mas o facto de ter cobrado a uns e não a outros. O site El Español indigna-se agora pelo facto de Varoufakis não ter recebido nada em 20 conferências e por a Câmara Municipal de Barcelona lhe ter pedido para participar numa, pagando-lhe 1700 euros. Recorde-se, segundo adianta o site Observador, o que outros políticos recebem. Tony Blair, por exemplo, embolsou 330 mil euros por falar 20 minutos numa conferência.